As pessoas têm histórias de vida, heranças sociais e experiências individuais únicas e somente quem está atento a essas diferenças é capaz de aproveitar o que cada relação tem a oferecer. Se você acha que não pode aprender nada com as pessoas com quem você convive, o burro é você.
Já ouvi pessoas falarem que querem estar em relacionamento em que possam aprender da outra pessoa, como se fosse sempre uma obrigação da outra parte passar o conhecimento. Raramente ouço pessoas dizendo que elas querem estar em um relacionamento para contribuir.
Já vi pessoas se gabarem de sua posição profissional ou social diante dos outros, que de acordo com seus conceitos, teriam menos instrução e conhecimento. Essa sensação de superioridade não faz sentido entre pessoas que se respeitam, pois é impossível quantificar ou equiparar conhecimento e experiência de vida.
Já senti de pessoas que não me conheciam tentativas de desqualificar meu discurso, antes mesmo de saber quem eu era ou de ler o meu currículo. Algumas vezes, consegui inverter essa situação uma vez que minhas credenciais se tornaram conhecidas e pode haver uma discussão franca – sem ataques pessoais – sobre o tema debatido.
Já conheci pessoas com muita educação formal e pouca habilidade de se relacionar com seres humanos. Já conheci pessoas com pouco estudo, mas que eram capaz de produzir pérolas de sabedoria que mudavam meu dia e me faziam pensar no que foi dito pelo todo resto da semana.
Não é preciso que sejamos amigos de todo mundo, mas para viver bem em sociedade, é preciso que as pessoas não se considerem intelectualmente superiores às outras e que sejam respeitosas com o que consideram ser limitações dos demais. Ninguém é sensacional em tudo o que faz e a fraqueza de um pode ser o ponto forte de outro.
Com muita frequência, – por medo decepcionar os outros ou por uma conformidade social ou por vontade de não se comprometerem com nada – as pessoas são dissimuladas e disfarçam suas reais opiniões, por subestimarem a inteligência dos demais e considerarem estar acima deles. Assinar um contrato, mesmo que tacitamente, utilizando de reserva mental o torna anulável e é uma atitude socialmente reprovável porque indica desonestidade intelectual.
Com frases prontas que não comunicam nada, passam uma impressão de que está tudo resolvido. São frases típicas de pessoas que não querem se comprometer, ou que preferem iludir com mentiras a decepcionar com a verdade, ou que querem seguir uma certa conformidade social – marcas famigerado jeitinho brasileiro:
– Vamos Marcar. | – Depois eu te ligo | – Este ano passou voando. | – Não mexa com isso não porque vai dar muito trabalho.
Eu não reproduzo essas frases prontas e não recrimino quem inconscientemente o faz, mas não aceito contra mim a utilização de subterfúgios intelectualmente desonestos para tirar vantagem das situações. Cada um tem o direito de viver como quiser e eu não tenho minhas convicções como verdades absolutas, mas não me obrigo a conviver com o que não concordo. Há valores que são inegociáveis.
Na tentativa de fazer coisas relevantes, de ter conversas mais interessantes, de elaborar textos mais instigantes e de gravar programas em vídeo e podcasts posso ter passado uma impressão errada das minhas ideias, contudo as intenções nunca foram de subjugar a outra parte. Explico que quando se vive em um ritmo muito frenético, tanto na vida profissional quanto na pessoal, as probabilidades de erro aumentam.
Como vivo o que eu prego e sigo os pensamentos que propago às últimas consequências, mesmo correndo o risco de ver meus erros expostos, prefiro dizer o que penso e me comprometer a viver intensamente do que me adequar à comum apatia social e a preguiça intelectual que vemos por aí.
Mova-se rapidamente, mesmo que cometa erros; porque se você não estiver cometendo erros, você não está utilizando o máximo do seu potencial, disse Zuckerberg. Eu não sou do time do “vamos marcar”, me proponho a fazer – muitas vezes as coisas dão errado. Reconheço, peço desculpas – e sigo em frente.
Nas oportunidades que “O Mundo Através do Google Glass” (#oMaGG) tem me oferecido – como por exemplo com a organização do Google I/O Extended Brasília e com a gravação de podcasts com os Crazy Tech Guys – tenho aproveitado para demonstrar às pessoas como posso contribuir para que tenham uma outras perspectiva da vida, mas também me coloco em situações em que minhas falhas e pontos fracos ficam expostos. Não deixo escapar oportunidades e persigo meus objetivos. Eu sou do time dos que fazem – conheça os maestros da tecnologia.
Manter o nível de atenção no máximo, sobretudo no trato com as pessoas, é o meu maior objetivo, contudo, por vezes, me pego remoendo um momento que me escapou pelos dedos – uma demonstração do Glass que não pode ser feita por falta de bateria, um contato que não pode ser estabelecido porque haviam acabado meus cartões de visita, um conversa que não pode se prolongar por que precisava me dirigir a outro lugar. Eu sou do time que dos que assumem seus erros.
Ser uma pessoa descontraída e aberta a nossas amizades, me permite viver momentos dos quais pessoas introvertidas se privam e essa minha atitude expansiva e brincalhona, muitas vezes abre portas, e outras, as fecha – quando, por exemplo a piada inventada na hora passa dos limites. Eu te entendo, Rafinha Bastos. Eu também sou do time dos que se arriscam.
Nas minhas palestras e na minha vida, o momento de me questionar é quando surge a dúvida. Não é preciso esperar as condições ideias para isso. Recebo as perguntas da mesmas forma que recebo as críticas: com o coração aberto. Eu sou do time de quem tenta ser uma pessoa melhor a cada dia.
“Suas emoções, seu senso de urgência, a organização de suas prioridades e a garra que você deposita em suas ações determinam se você entra para fazer acontecer ou apenas para seguir o fluxo da boiada, sem compromisso, de forma indolente e inconsequente, sem assumir o rumo de sua vida, mas em vez disso ser conduzido aleatoriamente pela correnteza que leva uma grande multidão à estagnação.” – Flávio Augusto
Eu sou de uma geração que não aceita qualquer resposta pronta. Sou de uma geração que quer mudar o mundo. Sou de uma geração que quer ser dona do seu próprio destino. Sou de uma geração que tem seu valor, independente do os outros pensam. Eu sou millennial.
Às vezes para alcançar mais pessoas é preciso passar por caminhos solitários, mantendo seus ideais, elaborando as estruturas, encontrando novas formas de comunicar. Como disse o poeta Pedro Paulo Soares Pereira, o resultado é positivo e o processo é lento.
As pessoas que querem ter êxito sem trabalhar para isso, geralmente não estão dispostas a fazer o trabalho duro do dia a dia, o trabalho de explicar um a um, de evangelizar em torno de uma ideia. Trabalhar com “tecnologia, inovação e coragem” é como trabalhar com um “teatro para poucos”.
No “theátron” da vida o objetivo não é excluir quem não tem conhecimento dos conteúdos trabalhados, mas saber que durante ensaios, audições a apresentações será necessário ter paciência e autoconfiança até que se atinja uma amplitude maior de público. Reside aí, portanto, a necessidade de manter o canal de comunicação direto e aberto.
A “jornada” a ser percorrida é diferente da defendia por Eduardo Sphor, porque não há garantia que haverá final feliz, mas apenas a certeza de que ela será cumprida. Nesse meio do caminho, o mais importante é estabelecer relacionamentos prolíficos, aliar-se àqueles com quem compartilhamos valores e aproveitar a viagem ao longo da caminhada.
No final das contas, a caminhada é tão importante quanto o destino. Por isso, desde o início, eu decidi me divertir ao longo de todo o caminho. Apesar de todo o trabalho, apesar de todos os atritos, apesar de haver correção de rumos de tempos em tempos. Somente chega a algum lugar quem sabe aonde vai.
O destino está bem definido, o caminho está sendo percorrido e há alegria em poder dividir essa jornada com todos que tem acompanhado #oMaGG e agora o Tecno Veste. Apesar de saber que não devemos esperar o reconhecimento dos outros, seria bom receber das pessoas além do respeito pelo trabalho que está sendo feito, as críticas e comentários, pois a “Experiência do Glass” antes de ser tecnológica é social.
De maneira análoga, se você não entendeu onde está aquele conhecimento que alguém pode lhe ensinar, o problema não está nela. Enquanto tenta descobrir, contribua com suas histórias e seja generoso, a maioria das pessoas está vivendo lutas particulares das quais você não tem a menor ideia.
Todo mundo tem algo a ensinar, talvez de uma pessoa específica não lhe mostre o que você estava esperando, contudo, assim como as pessoas são multidimensionais, seus conhecimentos são multidisciplinares e suas capacidades ilimitadas. Cabe a cada um de nós aproveitar ao máximo o que há para se viver.
Se acha que não há nada para aprender, o problema não esta na falta de conhecimento da outra pessoa, mas sua pouca capacidade de receber o que a todo momento lhe é transmitido, por voz, por gestões, pela ação ou pela falta dela. Ouça e escute, e, no mínimo, retribua com um sorriso; pois com certeza isso já foi feito por você.
Um Comentário
Guto Barcelos
affff. se acha…
Antonia Almeida Graça
Acho q vc ñ entendeu a mensagem q ele quiz passar. Vale a pena ler de novo.
Guto Barcelos
Vale a pena você voltar para a escola terminar o Ensino Fundamental? Eu acho que sim. Não sabe nem escrever, minha filha. Vai te catar.
Antonia Almeida Graça
Posso ser pobre mas nao sou baixo nivel. Di que adiantar dinhero se nao tem educação?
Ingrid Jaonders
Texto bom. Don’t feed the trolls!
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