Introdução
Após uma breve análise da 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, podemos perceber, que a obra é uma pesquisa de mercado minuciosamente organizada para avaliar certos vestígios.
Dentre tantos questionamentos de tais vestígios, consideraremos mais importante os que retratam a importância de tal análise no escopo editorial, e para tanto, nos basearemos no célebre autor sobre a área e, de certo, maior referência também, Philip Kotler.
O que é marketing ou mercadologia?
O termo marketing surgiu em 1950, aproximadamente, focado na produção e nas vendas, seu principal objetivo é identificar e satisfazer necessidades humanas e sociais, estando como premissas basilares do marketing, servindo até como definição.
É possível firmar definições variadas de marketing, de acordo com as perspectivas sociais e gerenciais. O termo é potencialmente tão amplo, que envolve serviços, eventos, ideias, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e experiências ⏤ sendo propriamente destas últimas que trataremos neste artigo.
O que não é marketing?
Após entender um pouco do que se trata o marketing, vejamos o que não se aplica nesta área de estudos.
Antes de mais nada, vale lembrar que os processos mercadológicos que trataremos aqui envolvem, mas não se limitam aos procedimentos e técnicas comerciais e de vendas, estando relacionadas diretamente.
Anúncios pagos, publicidade gratuita, espontânea ou paga, direta ou indireta, não é marketing. A publicidade aqui aproxima-se mais ao “tornar público”, ser visto e/ou lembrado.
Do que, especificamente, a mercadologia se trata?
Esta área trata-se de processos integrantes entre clientes e vendedores, qualquer pessoa que ofereça um serviço ou produto, onde há relação de consumo e fornecedor.
Através de pesquisas, podemos ter mais assertividade na previsão dos comportamentos dos consumidores, analisando fatores culturais, sociais e pessoais.
Quando observamos a pesquisa, vemos que foram coletadas informações concernentes aos três fatores principais de análise: fatores pessoais (idade, gênero, escolaridade, renda e região); fatores sociais (família, renda, cor/raça, escolaridade e classe) e, por último; fatores culturais (subcultura regional/região, subcultura social/ escolaridade e subcultura social/classe).
Dessa forma, temos a coleta de informações essenciais para tomarmos uma decisão ou avaliarmos como nossas últimas decisões impactam a empresa, grupo, pessoas ou o que quer que esteja sendo observado.
Como a mercadologia se aplica ao universo editorial?
Como mencionado anteriormente, tendo como objetivo principal a relação de consumidores e vendedores, a mercadologia se aplica, principalmente na indicação de quais livros serão mais bem introduzidos dentro de um determinado mercado, visando como público-alvo, potenciais compradores de uma editora, especificamente, ou um selo editorial.
Obviamente, quando utilizamos a Teoria de Freud acerca do inconsciente humano, devemos pensar em sensações, emoções e percepções não-conscientes pelo próprio indivíduo.
Aliando teorias sensoriais, como as propostas por Martin Lindstrom em seus dois célebres livros “A lógica de consumo” e “Brandsense”, à psicologia da Gestalt, vê-se que a criação, desenvolvimento e produção de um livro não pode ser focado apenas na condição mercadológica, ou seja, na venda propriamente dita, deve-se focar nas possíveis interações do cliente com o produto, para que ele, por si só, veja que obter aquele bem é um desejo consciente dele, mesmo sendo totalmente inconsciente e ilógico.
Livros infantis baseiam-se nessa lógica, uma vez que são regados de desenhos para entreter e manter a criança focado neles, forçando a compra de outros livros, criando a sensação de necessidade (observa-se aqui, obviamente, que nosso foco não é discutir se livros são ou não são necessários, é óbvio que são; nosso foco é apenas mostrar que para o mercado, vender é a necessidade primordial).
Vemos, a partir daqui, que os certos vestígios mencionados na introdução são as dores, problemas, alternativas de escolha e objetivos úteis a serem trabalhados na pesquisa para gerar um respaldo na tomada de decisão.
Por exemplo, em qual nicho a editora irá atuar, ou qual selo a mesma irá finalizar suas atividades, visto que não está vendendo bem, além de descobrir os porquês.
Pensamentos inovadores: aliando mercado e literatura
Uma das tarefas da mercadologia, como o próprio nome já entrega, estudo do/de mercado, é tornar um produto ou serviço mais atrativo analisando o mercado e suas esferas competitivas.
A Amazon.com, gigante global do varejo, inovou trazendo soluções na entrega e distribuição de livros e diversas outras mercadorias, mas não esqueceu-se de ir além, trazendo também soluções para aqueles que queriam mais: criou uma espécie de tablet feito especialmente para leitura e, através de diversas estratégias, tornou o produto uma referência em inovação.
A empresa utilizou-se de muita sapiência e pesquisa para englobar vários públicos na mesma loja, já que amantes de livros físicos e amantes de e-books, podem estar juntos.
Pessoas de todas as idades, de todos os gostos, de todas as culturas, classes sociais e muito mais, já que na loja virtual, podemos encontrar e-books de todos os tipos, em várias línguas e dos mais variados preços.
Com este caso da Amazon.com, podemos perceber que, com certas informações, já seria possível traçar um plano estratégico para determinadas empresas visando o mercado nacional brasileiro, principalmente no período de pandemia.
Avaliando ainda as pesquisas anteriores, pode-se observar o avanço ou regresso das vendas e compras de livros, físicos ou digitais.
Leia o artigo na íntegra, clique aqui.
Bibliografia: ROSEMBERG, Pedro. A importância da mercadologia no universo editorial.
Um Comentário
EDUARDO ANTONIO DAMASIO DA SILVA
Muito bom.