Filmes biográficos estão aos montes nas categorias de drama e superação e “A travessia” se enquadra nesse perfil. Aqui falaremos sobre este longa-metragem.
Um pouco da história
Desde pequeno, o francês Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) tem contato com as performances circenses. Seu maior apreço se dá pelo equilibrismo em cordas e durante seu crescimento, se aperfeiçoa neste módulo.
Um dia, quando vai ao dentista consertar um estrago causado em uma de suas apresentações, Philippe se depara com uma manchete de jornal mostrando as Torres Gêmeas de Nova Iorque, quase prontas da obra que está em execução. O rapaz fica encantado com elas e quer fazer algo artístico inédito com elas.
Após convencer um conjunto de conhecidos, o protagonista coloca o seu maior plano em prática, atravessando vários desafios.
A estrutura do filme
O longa trabalha bem o seu Roteiro, principalmente a narração do protagonista enquanto os eventos acontecem. As informações não são passadas demasiadamente, ao mesmo tempo não faltam dados para que o espectador entenda as situações apresentadas.
O filme funciona no sistema de retratar algo factual e que já tem seu desfecho apresentado em outras mídias. Como o trabalho é em cima de algo que já aconteceu, é necessário trazer criatividade ao projeto, e “A travessia” trabalha muito a questão sonora, pensando ainda num visual fotográfico para inserir sensações no espectador.
Vale a pena assistir?
Esse filme é bom se você assistir sem expectativas de ver uma mega produção. Ele entrega uma história cheia de metáforas acerca dos artistas, quando desenvolvem seus projetos. Há o uso de CGI, que às vezes oscila, interferindo na organicidade da cena, mas como o foco não está na computadorização, dá pra relevar.
As atuações são boas, me surpreendi com o Joseph arriscando no Francês, mesmo não sendo seu idioma materno, trouxe intensidade nos diálogos, quando necessário. O restante do elenco foi bem dirigido.
O Roteiro não traz grandes pontos de virada, tudo acontece da forma mais fácil possível para o protagonista e isso prejudica um pouco da credibilidade na jornada dele e atrapalha até o espectador a ter mais empatia com o enredo.
É um filme biográfico e faz homenagem às Torres Gêmeas, então mesmo que não esteja 100% nos padrões de um bom filme, vale a pena assistir, porque se trata de um fato histórico.