Não há motivos para pânico, não há motivos para desconfiança. As vacinas genéticas são seguras.
Há alguns dias, a ANVISA emitiu nota avisando sobre os riscos de miocardite e pericardite como efeitos pós-vacina do imunizante da Pfizer. Aos antivacinistas de plantão, aos haters e aos trolls da ciência, mais um argumento para formarem seu enxame contra a imunização. Bobagem. Vamos aos fatos.
As vacinas genéticas
As vacinas genéticas são uma novidade antecipada pela Covid-19. Trata-se de uma forma de imunizante nunca antes desenvolvida em larga escala. Agora, estão disponíveis para o mundo pela Pfizer e pela Moderna (esta última ainda não chegou por aqui). São feitas com nanopartículas que contêm RNA mensageiro. Aqueles que fugiram da aula de biologia ou meramente decoraram as páginas do livro ou as aula do Youtube para passar na prova, deve ter vaga ou nenhuma lembrança do que estamos falando. Aos mais entusiastas deste conteúdo, devem se lembrar que são produtos da atividade gênica, intermediários de definitiva importância para a síntese de proteínas. Nesse caso, o RNA mensageiro usado na vacina contém informação genética específica para a produção da proteína do coronavírus. As células que incorporam esse RNA, produzem a proteína viral e isso estimula a ação do sistema imunológico. A partir de então, depois de dias, há produção de anticorpos específicos contra o coronavírus. É comprovadamente eficiente. Mas o que houve então?
Os casos nos Estados Unidos
Acontece que nos Estados Unidos foram divulgados casos de miocardite e pericardite pós-vacina. São inflamações no coração (miocárdio) ou na membrana que envolve o coração (pericárdio). Nesses casos, costuma-se ter dor no peito, desconforto, falta de ar, inchaço nas pernas, cansaço, tontura e palpitações. No caso da pericardite, pode haver febre até 38 graus. O tratamento envolve repouso e uso de algumas medicações para o quadro inflamatório. São quadros que habitualmente são transitórios e evoluem para cura. Além disso, o número de ocorrências foi muito, mas muito baixo, especialmente em maiores de 30 anos de idade, e especialmente em mulheres.
No site brasileiro da Pfizer, nada mudou depois dos avisos acima. No site do Governo Federal, está lá o ocorrido nos Estados Unidos mas escreveram que “a Anvisa ressalta que mantém a recomendação de continuidade da vacinação com a vacina da Pfizer, dentro das indicações descritas em bula, uma vez que, até o momento, os benefícios superam os riscos. “
Vacinar é seguro
Povo brasileiro, é hora de vacinar. Não escolhamos vacina e sigamos a passos fortes no controle da doença que, a cada dia, faz mais vítimas por sua ação direta. Neste momento em que escrevo, já são mais de 4 milhões de mortes no mundo, de pessoas como eu, você e nossos familiares. Nesse momento estamos nos aproximando de 3,5 bilhões (sim, bilhões!) de doses aplicadas de vacina contra a Covid-19 em toda a humanidade! Ninguém morreu, ao contrário, são incontáveis vidas salvas. Como eu, você e nossos familiares.
Dobremos a curva daquilo que é anticientífico, funesto, desequilibrado e insustentável sob a lupa da ciência. Procuremos na web informações seguras, chega de desinformação e de dar palanque para os despreparados. Abandonemos as opiniões, encaremos os fatos validados e supervisionados pelo método científico, sigamos firmes, vivos e vacinados rumo àquelas boas aglomerações que tanto temos saudade!