A Casa Branca anunciou, nessa última sexta-feira (09 de abril), a primeira proposta de orçamento de 2022 para a NASA. A administração do governo Trump tinha uma proposta de cortes em investimentos da NASA na parte de pesquisas voltadas para a Terra, no governo Biden aconteceu exatamente o contrário, com um maior investimento nessa área de pesquisa.
O documento publicado com o orçamento da agência espacial norte-americana ainda é uma primeira versão com informações ainda não detalhadas do orçamento. O valor total de 24,7 bilhões representa um aumento de 6,3% com relação ao orçamento deste ano de 2021, que foi de 23,2 bilhões de dólares.
O programa espacial da
NASA que recebeu o maior aumento foi o de tecnologia espacial com 1,4 bilhões de dólares (mais 300 milhões de dólares, 27% de aumento com relação ao ano de 2021). Esse recurso é utilizado, principalmente, para financiar as atividades de empresas privadas no setor aeroespacial dos Estados Unidos como a SpaceX, Boeing e Blue Origin.
As missões
do programa de pesquisas de observação da Terra e do clima (Earth Science program) receberam 2,3 bilhões de dólares de investimento. Esse foi um dos programas que receberia cortes de orçamento, segundo a administração do governo Trump, mas que terminou com um aumento de 15% com relação ao ano de 2021.
Apesar dos aumentos significativos em vários
programas da NASA, um deles não foi tão “privilegiado” assim e o sonho de retornar com astronautas para a Lua em 2024 está virando mais sonho do que realidade.
O programa de missões tripuladas da NASA, para o ano de 2022, teve um aumento de “apenas” 5% com relação ao ano de 2021 e foi de 6,54 bilhões para 6,9 bilhões de dólares. Esse pequeno aumento no orçamento desse programa mostra a divergência de objetivos
do governo Biden com relação ao governo Trump que tinha o objetivo de iniciar missões tripuladas na superfície da Lua a partir de 2024. O programa tripulado da NASA envolve grandes projetos, o principal deles é o Programa Artemis com missões tripuladas para a Lua, que conta com o desenvolvimento do novo foguete SLS, da espaçonave Orion, do lander HLS (Human Landing System)
e diversos outros sistemas que vão demandar grandes aportes de investimentos. A NASA esperava um aumento de 5 a 6 bilhões de dólares por ano no orçamento total da agência para levar astronautas de volta para a Lua até 2024.
Com esse aumento de orçamento de pouco mais de 1,4 bilhões de dólares, junto ao baixo investimento previsto para as missões tripuladas,
foi a confirmação de uma política já esperada do governo Biden, com mais foco em mudanças climáticas e pesquisas voltadas para a Terra, deixando em segundo (ou terceiro, quarto) plano a volta de astronautas para Lua. Em novembro de 2020, o professor da Escola Avançada de Estudos do Ar e Espaço da Força Aérea Americana, Wendy Whitman Cobb, comentou que “o programa Artemis
não seria cancelado, mas não receberia muito mais investimento do que está recebendo agora”. De fato, a volta de missões tripuladas na superfície da Lua ainda devem ficar uns bons anos no papel.