Robert Sapolsky é neurobiólogo e professor da Universidade de Stanford. Uma figura. Um cara com uma capacidade de compreender o comportamento humano a partir de muita ciência. Alto estudioso do comportamento animal, ajuda-nos potencialmente a compreender processos que nos aprisionam mentalmente: como a ansiedade.
Em seu “Why Zebras don’t get ulcers”, oferece-nos um esquema mental poderoso sobre como enfrentar a ansiedade pela compreensão dela. Seria mais que um conselho, uma solução para muitos dos ansiosos de plantão (embora todos estejamos de certa nesse lugar…). Sua explicação simples e biologicamente preparada parte da análise hormonal de zebras. Sim, zebras! Ameaçadas permanentemente por leões, elas nos contam o segredo para continuarem a viver sem estresse excessivo.
Com base na avaliação hormonal, como a do cortisol (importante hormônio liberado pelo córtex da suprarrenal), Sapolsky nos revela dois detalhes singelos e animadores. O primeiro é de que a zebra não sofre neuroquimicamente antes do leão chegar. Segundo, também não sofre quando o leão já se foi. O sofrimento fisiológico, o estresse alto, ocorre apenas de modo extraordinário, no momento em que o perigo está ali, diante de si. Não há perigo antes e nem depois. (balançou o todinho?)
Pois é… não é exatamente assim com os ansiosos? Eles sofrem antecipadamente sobre o fato. E depois, do fato ocorrido, impõem-se um pensamento ditatorial de reviver a cena inúmeras vezes dentro da cabeça, angustiando o corpo, castigando-o de hormônios que interferem negativamente em diversos sistemas. E o pior: sem nenhuma necessidade. Afinal de contas: cadê os leões?
As úlceras estão ligadas ao nervosismo. As zebras não têm úlceras por saberem viver e conviver com o estresse. Calcemos as sandálias da humildade e aprendamos com quem lida com um leão a cada dia. Deixemos de sofrer o antes e o depois. Explique isso para si mesmo e experimente a mudança!