Nos Estados Unidos há uma batalha entre o Uber e Lyft, serviços transporte privado similar mas mais eficientes e baratos que o taxi. As opções brasileiras, EasyTaxi e 99Taxis, trabalharam para a ampliação das praças que atendem. Apesar dos esforços, parece que a mudança no transporte urbano será mais relacionado ao compartilhamento de espaço público e à bigdata do que à particularização do serviço de locomoção, como demonstra a startup Bridj – fundada por Matthew George egresso da Faculdade Middlebury, no Massachusets.
Além de minimizar o problema do tráfego pesado nas grandes cidades, a Bridj pretende aumentar a eficiência dos transportes públicos por meio do estabelecimento de rotas de ônibus flexíveis e do entendimento das preferências dos usuários. Graças ao investimento de 4 milhões de dólares recebidos este ano, a startup pode contratar o antigo secretário de transportes de Chicago e de Washington/DC, Gabe Klein, para ajudar no desenvolvimento da empresa.
Através de uma frota confortável, inteligente, de baixo custo e rápida, a Bridj quer construir um sistema mais eficiente de transporte urbano, que seja dinâmico para atender as necessidades de deslocamento do trabalho para casa e vice-versa. Isso será possível, graças à tecnologia utilizada, em tempo real, para saber de onde para onde as pessoas querem se deslocar e oferecer rotas flexíveis que atendam a necessidade daquele momento, dessa maneira, criando uma logística dinâmica para o transporte de pessoas.
Assim como aplicativos como o Waze podem determinar a melhor rota para um indivíduo de acordo com suas preferências – como evitar trânsito, rota mais curta, rota mais rápida etc -, a Bridj pretende oferecer rotas que coloquem em primeiro plano as necessidades imediatas dos usuários, não ficando presa a rotas e pontos de parada pré-definidos, que não condizem com a realidade imediata do tráfego citadino. Os atuais ônibus da empresa tem lotação máxima de 13 lugares, climatizadores de ar e conexão wifi, e atualmente atende rotas na cidade em Bostom – em um raio de 8 km à partir Cambridge – cobrando taxas que variam de 1 a 5 dólares.
Funcionando como uma ponte entre o transporte público e o privado, a Bridj liga o que se conhece atualmente do transporte de massas ao que há de mais avançado e efeciente em transporte, tentando assim solucionar o problema do trânsito e adaptar-se aos interesses dos usuários ao invés de subjulgá-los às estruturas rígidas estabelecidas pelos definidores de políticas públicas. A tendência é que conforme forem acumulando informações sobre como as pessoas se locomovem, seja possível auxiliar os governos locais a definir planos de longo prazo para a melhoria da qualdiade das cidades – como, por exemplo, a definição de vias de mão única, estabelecimento de ciclovias etc.
Maior do que o modelo de negócios, é o desafio de passar pela burocracia municipal para conseguir as lincenças necessárias para aplicar o serviço e modificar as mentalidades nas instituições governamentais. Ademais, há de se pensar na resistências da empresass concessionárias do serviço público que atuam em oligopólio na maioria das cidades do país, a despeito a alijamento de dignidade a que relegam a população. Há, portanto, uma necessidade de se abrir as mentes e as bocas das partes envolvidas para que discutam suas necessidades e anseios, para oferecer aos cidadãos de um serviço público de qualidade.
Parece que Lucio Costa e seus pares, ficarão muito satisfeitos se essa startup obtiver êxito nos anos vindouros, porque isso representaria a sobreposição da funcionalidade aos valores estéticos. O futuro da Bridj dependerá de como será feita a articulação com os diversos setores da sociedade, se seus administradores conseguirão vencer os desafios do labor diário, se players relevantes apoiarão financeiramente a ideia e se os motoristas cumprirão com os horários e com o devida atenção aos usuários. Atualmente, é possível votar em onde ficarão os pontos de parada para as novas rotas que virão a ser abertas e quais devem ser os próximos bairros atendidos pelo serviço.
Gostaria que existisse algo assim no Brasil? Conheça os planos do Waze para sua cidade.
Um Comentário
Samuel Ralifat
Seria bom ter uma startup dessa aqui no Rio. O serviço público de transporte é péssimo e pegar taxi não rola $$.
Janaina Maria Silveira Costa
Quando os empreendedores desse nosso Brasil vão fazer algo parecido. O cartel das empresas de ônibus público aqui extorquem os usuários e não atendem as necessidades deles.
Gabriel Gabeira Holtz
Eu gostaria de ver mais posts sobre start-ups brasileiras. É possível?
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