O artista tem que ir onde o público estar. Em Brasília, nos finais de semana todo mundo passa pelo Eixão – a via que corta a cidade no sentido norte-sul formando as asas do avião e que fica fechada durante boa parte dos fins de semana. O destaque a culinária tem ganhado nos últimos anos, permitiram que houvesse “gourmetização da combi do dogão” e que cozinheiros renomados saíssem dos seus caríssimos ateliês para atender o público, na rua!
A proliferação de foodtrucks por todo o Brasil tem deixado cozinheiros-empreendedores e comilões satisfeitos e, em Brasília, o fenômeno não é diferente. A cidade está entre as com maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, entre as com maiores níveis de arborização e com uma das populações mais ligada a atividades físicas ao ar livre. Juntam-se, assim, a fome com a vontade de comer – literalmente!
Além de boa comida e preços acessíveis, a possibilidade de conhecer novas pessoas e de ouvir música ao vivo seduz muitas pessoas. Sejam famílias ou grupos de amigos, o público presente nesses eventos tem a oportunidade de fazer uma atividade diferente e apreciar a arquitetura gastronômica dos principais chefs cidade. Chefes de cozinha e mestres na simpatia, desde o ano passado eles tem atraído cada vez mais público.
No último domingo, 01 de março, o Eixão Norte, na altura da 111/211 Norte, apesar da chuva, parecia um formigueiro com mais de 30 mil pessoas. Seus 48 quiosques formado por uma variedade de trailers, caminhões ou kombis receberam público de todas as partes do Distrito Federal. Mais de 150 pratos, com preços de R$ 10 a R$ 35, compunham uma verdadeira praça de alimentação ao ar livre, composta por culinária brasileira, chinesa, japonesa, americana, indiana, árabe, tailandesa, argentina.
Brasília tem uma cultura gastronômica muito forte, que, embora não seja acessível a todos os seguimentos sociais, está em um momento muito pujante. Talvez por isto este evento tenha tanto sucesso com o público: comida boa, ambiente diferenciado, preços baratos e contato com o público. O evento tem crescido e melhorado a cada fim de semana graças à presença de chefs como Dudu Camargo, Alexandre Albanese, Lídia Nasser, Marcello Piucco, Ana Toscano, Fernando La Rocque, Lui Veronese, Renata Carvalho, Pedro Coe e Rosario Tessier, Mara Alcamim, Emerson Mantovani, Agenor Maia e Leandro Nunes.
O atendimento durante o evento – assim em alguns restaurantes regularmente estabelecidos na cidade – deixou a desejar. Muita gente para ser atendida, baixa capacidade de escalabilidade, um pouco de arrogância dos atendentes. Nada que não estejamos acostumados em Brasília.
Se você esta disposto a passar uma tarde ao ar livre, não estiver com pressa e quiser ter uma experiência diferente de tudo que está acostumado, chegue cedo. A partir das 10h você pode saborear o que os chefs estão oferecendo. Após as 17h é um bom horário para comer também, embora você corra o risco de não ver a maiorias dos foodtrucks montados.
Oficialmente a estrutura cenográfica criada pelo arquiteto Raffael Innecco fica montada até as 18h. Por isso, se você quiser vê-la montada, replicando o urbanismos da cidade – divida em blocos, como numa superquadra, identificados com letras e números -, chegue cedo. Para facilitar a nossa vida, o evento Chefs nos Eixos tem uma página na internet, aplicativos iOS e Android, assim, facilitar para localizarmos nossos cozinheiros preferidos e conhecer de antemão suas criações.
Se você perdeu as últimas edições, fique ligad@ nas próximas:
- 07 de Abril – Eixo Monumental (Esplanada)
- 14 de Abril – Eixão Sul
- 21 de Abril – Eixão Norte
Mais info: www.chefsnoseixos.com.br