China divulgou planos de enviar os primeiros taikonautas (astronautas chinêses) para Marte a partir de 2033 e realizar missões tripuladas regulares para o planeta vermelho. O plano da China não é apenas ir para Marte, mas montar um base no planeta para atividades de exploração do nosso planeta vizinho.
Alguns detalhes desse plano ambicioso de “colonizar” Marte foram divulgados durante uma conferência na Rússia pelo Wang Xiaojun, chefe do China Academy of Launch Vehicle Technology. Após o sucesso da chegada do rover chinês Zhurong em Marte, a China segue com ideia de enviar mais missões para Marte com robôs que serão utilizados para estudar o planeta, já com objetivos de encontrar potenciais locais para a construção de uma base para receber missões tripuladas.
As missões tripuladas da China para Marte devem começar em 2033 e continuar nos anos de 2035, 2037, 2041 e 2043 com o envio e retorno dos taikonautas para Terra. Uma das dificuldades das missões para Marte são os intervalos de posicionamento orbital perfeito Terra-Marte que acontece a cada 26 meses durante um período de, aproximadamente, 1 mês. Quando a Terra e Marte estão na posição relativa ideal, é possível enviar missões para o planeta vermelho no menor intervalo de tempo possível que é de aproximadamente 7 meses. Por isso, as missões tripuladas da China possuem intervalos de quase 2 anos entre elas.
Uma das etapas críticas de missões tripuladas para Marte é exatamente esse tempo de viagem de 7 meses da Terra para Marte. Esse é um período de tempo longo para um ser humano ficar em uma espaçonave, que geralmente são pequenas, e durante muito tempo de exposição a radiação presente no espaço. Os taikonautas vão precisar se preparar bem para essas missões e a China precisa qualificar as tecnologias necessárias para garantir a segurança da tripulação. Mas eles já está trabalhando nisso, em abril deste ano de 2021 o primeiro módulo da nova estação espacial chinesa Tiangong foi colocado na órbita baixa da Terra, a primeira tripulação com 3 taikonautas chegou na estação a bordo da espaçonave Shenzhou 12 (no dia 17 de junho) e os taikonautas já realizaram a primeira caminhada espacial neste último domingo (04 de julho).
As atividades espaciais que serão realizadas na estação espacial Tiangong serão fundamentais para preparar o caminho da China para Marte. Com a estação espacial eles serão capazes de testar e aprimorar os sistemas e equipamentos que poderão ser utilizados nas missões para o planeta vermelho, incluindo trajes espaciais, resistência de materiais em exposição por longos períodos ao ambiente e radiação espacial. Além do próprio treinamento dos taikonautas no ambiente espacial.
A China está crescendo exponencialmente em termos de tecnologia espacial. Isso pode ser facilmente observado com o sucesso das missões espaciais como um todo. Nos últimos anos, a China é o país que mais faz lançamentos de foguetes no mundo, além do sucesso nas missões para a Lua, incluindo o envio de amostras do solo lunar realizado em novembro do ano passado (2020), onde os chineses foram os primeiros a realizar uma missão dessa natureza na Lua e o segundo país a conseguir amostras da superfície lunar, depois dos Estados Unidos.
Por falar em Estados Unidos, tudo indicava que os americanos seriam os primeiros a enviar astronautas para Marte. A NASA tinha planos de iniciar as missões tripuladas para o planeta vermelho a partir de 2030, mas sem uma data ou ano específico. A China, claramente, saiu na frente com um plano bem mais concreto que os americanos que podem acabar ficando para trás nessa nova corrida espacial para Marte.