O VERDADEIRO CÓDIGO
O livro O Código Da Vinci, escrito por Dan Brown e publicado pela primeira vez em 2003, alia realidade e ficção, uma vez que diversas organizações e locais que existem na realidade são mencionados na obra, de forma a convencer, instigar e orientar o aprofundamento, no que tange as abordagens realizadas na obra. Após três anos de sua publicação, o livro sofreu uma adaptação, sendo incorporado às telas de cinema em 2006, sob a direção de Ron Howard.
Desde então, tanto o livro quanto o filme tornaram-se sucessos absolutos, principalmente por utilizar temas que são discutidos em diversas esferas da sociedade, como conspirações globais, temas polêmicos, assuntos religiosos, mistérios e arte, com o famoso Leonardo da Vinci, pintor, escultor, escritor, desenhista, matemático, arquiteto, engenheiro, cientista e pesquisador autodidata.
A HISTÓRIA DO FLORENTINO
Ao ouvir seu nome, qualquer pessoa, provavelmente, sabe quem é que estamos falando. Leonardo Vinci, o Florentino, comumente conhecido como Leonardo da Vinci, nasceu no século XIV no vilarejo de Vinci, na Itália.
Filho de Ser Piero da Vinci e Caterina Lippi, tornou-se o grande escritor, pintor, cientista e estudioso, graças ao fato de que foi um filho abastado, já que não foi enviado para as “Escolas de Latim” para exercer a profissão do pai, “podendo se beneficiar do instinto de fazer anotações entranhado em sua herança familiar ao mesmo tempo que desfrutava de liberdade para correr atrás de suas próprias paixões criativas”.
Leonardo, à procura de novos exemplos para pintar e trabalhos diversos, se mudou inúmeras vezes, passando de 1452 a 1464 em Vinci, de 1464 a 1482 em Florença, de 1482 a 1499 em Milão, de 1500 a 1513 em Milão novamente, de 1513 a 1516 em Roma e, por fim, de 1516 até sua morte, em 1519, na França.
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRAS
Livro – Romance ficcional do gênero suspense, perpassa em diferentes locais temporais e geográficos, trazendo através, apenas do texto (escrita e imagem), os sentimentos que dele emanam, por meio do sentido visual e da ânima. Possui uma narrativa em terceira pessoa com narração que sabe o que os personagens sentem e pretendem fazer, auxiliando e descrevendo em detalhes a linha de raciocínio dos mesmos.
Filme – Objeto audiovisual de cunho midiático-ficcional, do gênero suspense, com momentos artístico-historiográficos. O narrador é em terceira pessoa, no entanto ele permite que o observador interprete o que os personagens estão sentindo.
RELAÇÕES INTERTEXTUAIS E METALINGUÍSTICAS
A relação intertextual entre ambos os objetos dar-se-á de forma incompleta, uma vez que a forma na qual a mensagem é passada no filme é audiovisualmente, utilizando-se de livros, imagens, obras escriturísticas e esculturas; enquanto que, no livro ocorre exclusivamente de forma escrita e imagética.
A linguagem que foram utilizadas variam entre idioma/língua, variação temporal, texto/visual, audiovisual, imagética e técnica, visto que, podemos dizer que há a incorporação de termos altamente técnico-teóricos em ambos, sendo muitas vezes descritas para que o observador/leitor compreenda.
DIALÉTICA DA ARGUIÇÃO DO GOSTO POPULAR
Dentre as argumentações mais convincentes para o gosto das massas pelas obras analisadas, observa-se a utilização de conspirações globais, de cunho fantasioso e ficcional, para entreter e fazer com que a obviedade seja quebrada.
Leonardo da Vinci era conhecido pela sua irreverência e pensamentos à frente do seu tempo, utilizando diversas referências apócrifas para referir-se às entidades e personagens sacros.
Exemplo disso seria a Virgem dos Rochedos, pintada originalmente para a Confraria da Imaculada Conceição, em duas versões, mostrando a Virgem Maria, João Batista, Jesus Cristo e um anjo, mostrando uma cena que referia-se, “ao encontro da Família Sagrada com João Batista no caminho do Egito, quando fugiam de Belém após o Rei Herodes ter ordenado o Massacre dos Inocentes”.
O fato de que Leonardo da Vinci desempenhava diversas atividades de forma magistral, o tornou mundialmente conhecido, genius, como no latim.
Tanto Dan Brown (autor do livro), quanto Ron Howard (diretor do filme), introduziram em suas obras certos emblemas próprios de Da Vinci ⏤ tons escuros, a razão versus o dogma religioso e, obviamente, as teorias conspiratórias ⏤ tão presentes em suas obras. Há de se pensar ainda que, como a historiografia medita sobre as obras, pensa-se que o afluente de intertextualidades estão, respectivamente, Da Vinci, Dan Brown e Ron Howard (pinturas e esquemas visuais, livro e filme), percebe-se também, uma elevação da complexidade e das linguagens utilizadas para demonstrar as ideias que se devem/querem passar.
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Bibliografia: ROSEMBERG, Pedro. O verdadeiro Código Da Vinci: O autor e as vertentes de suas obras.