Todos já quiseram escrever um livro, criar uma história ou até mesmo construir enredos para séries e filmes igual nossos escritores e roteiristas favoritos. Ter algo feito pelas próprias mãos, inspirarem pessoas ao redor do mundo, é o sonho de muitas pessoas.
Mas as vezes, achamos que é algo impossível para nós, um sonho inalcançável, algo que dará muito trabalho ou que não ficará tão incrível quanto o que os grandes escritores constroem, e que parecem construídos com tanta facilidade e beleza, que achamos que é algo que só aqueles que tem grandes mentes conseguem construir.
Neste pequeno artigo veremos dicas e informações de como iniciar não só umas história, mas também pode ser utilizado em redações, artigos, livros e até mesmo em roteiros.
Construindo a história
Agora veremos dicas e técnicas para construir um enredo bem desenvolvido, prestando atenção aos detalhes, personagens, o caminhar da história e criando uma organização para que não se esqueça de coisas que podem criar um grande furo na história… os furos podem ser coisas incoerentes em um enredo, um personagem já morto aparecer novamente, a ausência de algo importante em cena, escolhas de personagens incoerentes, entre outras coisas que aqueles que fazem uso do Storytelling (clique aqui e leia uma matéria sobre o que é, para quê serve e como funciona o Storytelling), precisam ter atenção e cuidado para que a história se mantenha em um fluxo constante.
Tema
Antes de tudo, deve ter em mente “Qual será o tema do meu texto?”, se for uma campanha de marketing ou publicidade, o tema acaba se tornando o assunto ou categoria na qual o produto se encaixa. Sabendo qual a categoria e o tema, a elaboração do enredo e da campanha, será construída de maneira que atenda a categoria na qual ela se enquadra.
Ao criar um artigo sobre determinado assunto (tema), é errôneo fugir do tema. Pode estar falando sobre série e caminhar para um filme ou livro, pois o tempo é quase o mesmo: “enredo” ou “personagens”, etc. Mas ao intercalar o assunto de um artigo entre os três porém o tema é sobre algo totalmente diferente, pode acabar com o contexto de um artigo, redação etc.
Organização
Antes de começarmos uma viajem ou passeio, nos organizamos para que ocorra tudo certo, separamos ou ajuntamos o dinheiro que será gasto, a roupa que será utilizada, os locais que visitaremos, quem irá conosco, onde ficaremos, onde nos alimentaremos etc.
Uma boa organização de uma história consegue manter a qualidade do enredo, e fazer com que o escritor não se perca no meio do caminho, ou se esqueça dos acontecimentos e fatos que ocorrerão ao decorrer da história.
Pesquisa e leitura
A leitura é o melhor aliado de quem pretende escrever um texto, uma redação, um livro etc. Ao criar-se o hábito da leitura, a pessoa desenvolve melhor suas ideias, consegue se expressar melhor verbalmente, conhece palavras novas e sabe a melhor maneira de utilizar certas palavras e entende o fluxo de escrita, enredo e storytelling de um texto ou história.
Além da leitura constante, que coopera muito com a inteligência e adquirir informações gerais, pesquisar sobre assuntos que serão falados ou descritos dentro de um livro ou texto, é outra maneira de manter a autenticidade e realismo do enredo. Se estou contando a história de um bombeiro, preciso entender pelo menos o básico sobre a rotina e o trabalho de um bombeiro, isto é, o que eles fazem, para poder descrever em uma história.
Dentre muitas maneiras de construir ou iniciar uma ideia, a melhor delas é manter a leitura em dia. Todo grande leitor, acaba se tornando um grande escritor. Abaixo veremos que uma história se divide em três partes, partes nas quais compõem o enredo e os atos de uma história.
O enredo e seus atos
Uma história sem conflito, acaba não se tornando uma história. Os conflitos e devaneios de uma história, mantém o enredo caminhando para frente, e mantém o suspense (que é aquilo que também cria a curiosidade das pessoas de continuarem lendo a história) contínuo.
Uma história se torna vinculada ao que o escritor determinar que ela seja, apenas lembrando que todo texto tem um começo, meio e um fim. Veremos que pode-se criar uma estrutura de três atos, e dentro desses atos pode-se construir mais atos, fazendo com que a história mantenha-se constantemente em conflito e acontecimentos.
Início/Introdução – Ato 1
É o primeiro contato que o leitor tem com o texto, seja o primeiro capítulo de um livro, o primeiro episódio de uma série ou a primeira cena de um filme. O início também pode determinar se uma pessoa gostará ou não da ideia, do negócio ou da história, deve ser relevante e cativante, fazendo com que o leitor ou espectador se sinta atraído para continuar lendo um texto, comprar um produto ou até mesmo pensar em acompanhar um filme ou série. Os clientes são grande parte do tempo ligado ao termo: “Não julgue um livro pela capa”, porém em grande parte do tempo julgamos algo antes de assistir ou ler, por isso, ao se pensar em uma ideia ou uma campanha para marketing ou publicidade de um produto, deve-se prestar muita atenção na maneira com a qual as pessoas reagirão à este processo com estas perguntas: “Sobre o que é o negócio?”, “Minha campanha cativará o público?”, “Qual meu público alvo?”, “Do que o meu público gosta?”, “A maneira com a qual estou criando a campanha é tão criativa que demonstra o quão vale a pena investir em nosso negócio?”.
Além do início de um texto se tornar a introdução dele, as pessoas devem se sentir conectadas, de maneira que pensem: “Eu preciso deste produto!”, “Eu preciso assistir essa série!”, etc.
Meio/Contexto – Ato 2
Após conseguir cativar as pessoas a continuarem ou fazerem parte de sua ideia, consegue explanar sua ideia e manter o ritmo dela, fazendo com que a cada capítulo ou a cada texto da narrativa as pessoas queiram cada vez mais fazer parte desta ideia?
Em um livro ou uma reprodução audiovisual, certos roteiristas têm a dificuldade de mantar o enredo no mesmo nível de qualidade, ou se perdem no caminho, fazendo com que o contexto da história se perca ou se torne confusa, essa confusão tem a capacidade de causar grande desgosto em leitores ou espectadores, por isso deve-se ter uma boa organização das ideias e do que será mostrado ao decorrer da história. (abaixo veremos mais sobre isto).
Final/Conclusão – Ato 3
A parte da história que as pessoas mais esperam, o leitor ou espectador, aquele que acompanhou o enredo e o caminhar da história desde o início, aguarda uma conclusão marcante e emocionante para a história. Um final mal construído pode tornar uma história péssima, mesmo com o início e meio da mesma tenha sido bem desenvolvida, aquele que acompanha a história, colocará em peso maior o final da história.
Além disto, assim como falei acima, a organização do enredo e a construção de um esqueleto dos acontecimentos e atos de uma história, cooperam para evitar estes pequenos problemas que pode acontecer com qualquer escritor.
Um grande exemplo disso é a série chamada: “Game of thrones” ou “Jogo dos tronos“, na qual boa parte dos espectadores, os que seguiram a série ao decorrer dos anos, não se alegraram com o final da série.
A série terminou na oitava temporada, levando com ela a raiva de muitos fãs, pois foi reconhecida como “um final tão péssimo quanto o de lost”. A série faz parte de uma série de livros escritos por George R. R. Martin, chamada de “As crônicas de gelo e fogo”, sendo uma saga de livros bem aclamada pela crítica, não apenas por conter um número elevado de páginas, mas também pela excelência da escrita e a construção bem desenvolvida do enredo. George Martin deixou nas mãos de dois roteiristas a série após a quarta temporada, mesmo com os dois últimos livros da saga ainda em produção (2019), George Martin explicou que nos livros, o enredo seguirá um caminho diferente da série.
Isso nos mostra o efeito que um final de uma série pode causar, uma grande repercussão boa ou ruim a respeito da mesma.
Posso me tornar um escritor?
Como um escritor, gostaria de afirmar que todos somos capazes de realizar coisas incríveis, as vezes as pessoas acham que não conseguem iniciar seus tão sonhados livros, contos, músicas etc, mas se você nunca tentar, nunca saberá se consegue.
Sempre tive o sonho de escrever um livro, e atualmente participo de diferentes antologias de contos, além disto, comecei a escrever meu primeiro livro chamado “As crônicas dimensionais“. Alguns de nós achamos que é necessário fazer uma faculdade de Letras ou alguma outra que faz parte da área de humanas para conseguirmos nos tornar escritores, mas eu digo: todos somos capazes de realizar grandes coisas se tentarmos, faculdade e ensino superior não definem uma pessoa.
É verdade que uma faculdade de humanas faz a total diferença, você aprende coisas que na rotina diária ou apenas com o ensino fundamental e médio se torna cada vez mais difícil escrever, mas todo bom leitor, tem um grande passo para se tornar um grande escritor.
Ao assistir séries, filmes, ler etc, nos tornamos mais propensos a observar como a narrativa de uma história caminha, sendo cada vez mais críticos à um enredo. Além disto, percebemos que a narrativa não se baseia apenas no que está escrito, mas também nos elementos secundários que muitas das vezes passam despercebidos por aqueles que só assistem ou leem uma história, mas não prestam atenção nos detalhes.
Escritores famosos e o segredo para o sucesso
- George R.R Martin
“Escreva o que você sabe, toque em seus verdadeiros sentimentos.
Se você vai escrever sobre um personagem testemunhando a morte de um ente querido, precisa se aprofundar e dizer: ‘Você já se lembrou de perder um ente querido?’ Mesmo que seja apenas um cachorro que você amou quando criança. . . Toque nessa veia de energia emocional. . .
A única pessoa que realmente conhecemos por dentro e por fora somos nós mesmos, e temos que nos esforçar para encontrar o poder que torna a grande ficção real.”
George R.R Martin, escritor da saga “as crônicas de gelo e fogo”, que foi adaptada para se tornar uma série na HBO. Se tornou uma série de grande sucesso, arrecadando uma grande quantidade de fãs e lucro para a HBO.
- Kendrick Lamar
“Tenha editores nos quais você pode confiar.
Tudo o que você escreve não é narcótico. Mesmo se você é um grande escritor, muitas coisas que você escreve são malucas. Mas a maioria das pessoas não tem alguém por perto para dizer ‘Isso é maluco’.
Eu estive naquele estúdio escrevendo versos terríveis, ganchos terríveis, com rapazes e amigos e pessoas em quem eu confiava dizendo: ‘Isso é lixo’. Eu cresci casca grossa, voltei lá e fiz tudo de novo. E então você eventualmente aumenta a capacidade de saber quando algo está longe demais.”
O vencedor do prêmio Pulitzer, Kendrick Lamar, e como escritor habilidoso, ele atesta o poder de receber feedback de críticos de confiança para que você possa melhorar sua arte.
- Hannah Gadsby
“Compartilhe suas perspectivas (mesmo se forem diferentes).
O que eu teria feito para ouvir uma história como a minha. Não por culpa. Não pela reputação, nem pelo dinheiro, nem pelo poder. Mas sentir-se menos sozinha. Mas para se sentir conectada. Quero que minha história seja ouvida. Porque, ironicamente, acredito que Picasso estava certo.
Acredito que poderíamos pintar um mundo melhor se aprendêssemos a vê-lo de todas as perspectivas, tantas perspectivas quanto possível. Porque diversidade é força. A diferença é um professor. Com medo da diferença, você não aprende nada.”
A comediante australiana Hannah Gadsby fez recentemente ondas significativas no mundo da comédia com sua especial especial subversiva e emocionalmente emocionante, Nanette.
- Lisa Joy
“Entenda o valor de um tema, em seu trabalho.
Para mim, o tema é a alma de um script. É a sensação ou o sentimento costurado ao longo das páginas. É a parte de um script que um leitor pode tirar e se relacionar ou aplicar à própria vida, muito tempo depois de esquecer os trechos do diálogo ou os pontos da trama do próprio script.
Eu não necessariamente começo com o tema, mas quando termino – eu sempre tenho um. E, muitas vezes, escrever um script me mostra qual é o meu tema e me permite aprofundar meu próprio pensamento sobre esse tema. Às vezes, volto, depois de entender o tema mais detalhadamente e o uso na reescrita para enriquecer as cenas.”
co-criadora e produtora executiva do sucesso da HBO, Westworld, compartilha como o tema é um componente integrante do projeto final e do processo de escrita.
- Issa Rae
“Crie uma programação que apoie sua criatividade.”
Quando você está tentando dar vida a seus projetos, é tentador aproveitar qualquer oportunidade. Issa Rae (escritora, produtora executiva e estrela de Insecure da HBO) costumava dizer “sim” a todas as reuniões que surgiam, mas logo descobriu que isso era prejudicial à sua criatividade.
“Se eu tiver algo programado durante o dia, apresentarei uma desculpa, como ‘Oh, não posso ser criativo porque tenho uma reunião às duas.’ E então vou pensar na reunião o dia todo.”
“Tenho pelo menos um ou dois dias de folga para me dar um tempo. Eu absolutamente valorizo meu tempo de folga, apenas para poder ser criativo. Quanto mais você vive, mais criativo pode ser. Quanto mais você estiver lá fora, mais ideias poderá ter.”
Histórias, filmes e séries têm a capacidade de comover e inspirar pessoas ao redor do mundo. Os grandes pensadores não saem criando uma história da noite para o dia, é feito todo um processo para que a história possa caminhar para o local na qual os mesmos desejam alcançar.
Acredite, tente, escreva, sonhe, seus sonhos e objetivos podem ser alcançados, mas você não pode se limitar, se achar que não consegue ou que não ficou bom, tente novamente, se disserem que não ficou bom, acredite, não fique triste, o limite do alcance é não tentar alcançar o objetivo.
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