Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Cerveja, a cerveja ainda é a preferência nacional no quesito bebidas alcoólicas, porém, nesse período de pandemia, houve um aumento significativo de brasileiros que passaram a consumir vinho. Trancafiados em casa, as pessoas adquiriram novos hábitos e se arriscaram mais na cozinha, sempre bem acompanhados de uma taça de vinho.
E na hora de comprar o vinho… Algumas pessoas temem o momento de chegada ao mercado, pois se deparam com aquele “mar” de vinhos e não sabem fazer a escolha certeira e a que mais possa agradar ao paladar. Alguns mercados e delicatéssens contam com profissionais especializados que podem te ajudar nesse processo de escolha, mas nem sempre os encontramos e a decisão tem que ser tomada somente por você mesmo.
Eu sugiro que, para facilitar esse processo, você já comece de casa, sempre busque informações, leia livros e se inteire sobre o assunto. E, quando chegar ao setor de vinhos no mercado, não tenha pressa e nem se deixe levar por promoções agressivas – saiba que um vinho muito barato pode significar um vinho em declínio.
Dicas de como escolher um bom vinho:
1º Ocasião: é sempre bom pensar em qual ocasião aquele vinho será servido: será numa tarde quente ou numa noite mais fria? Além disso e o mais importante: qual comida será servida? Relembre aquelas dicas de harmonizações já trazidas aqui no portal (Entenda Como Harmonizar Vinhos e Comidas e Saiba Harmonizar Queijos e Vinhos). As regrinhas de harmonização por similaridades, por contraste e por complementação são boas aliadas para garantir um vinho que esteja em total sintonia com a comida.
2º Entenda a disposição dos vinhos nas prateleiras: geralmente os mercados adotam uma padronização da organização dos vinhos, sendo que na parte inferior ficam os vinhos mais baratos, na altura dos olhos os vinhos de preço intermediário e mais acima os mais caros / especiais. Alguns mercados ainda fazem a setorização por países ou regiões (velho mundo / novo mundo).
3º Esteja atento às condições do lugar e do vinho: é sempre bom estar atento à climatização de onde os vinhos estão acondicionados, pois um local muito quente não é o ideal para o armazenamento dos vinhos. Verifique se há alguma rachadura na garrafa ou se a rolha está saltando da borda, visto que o ideal é que a rolha esteja alinhada ou um pouco abaixo da boca da garrafa. Observe também se a capsula metálica que envolve o vinho está danificada ou se a mesma é inexistente (o que não pode ocorrer).
4º Leia os rótulos e contrarrótulos: são neles que estão contidas as principais informações sobre o vinho, como a safra, o nome, a região, tipo da uva, o teor alcoólico, produtor, Denominações de Origem, premiações e alguns até trazem dicas de harmonizações ou de temperatura de serviço.
Lembrando que safra não é o ano em que o vinho foi engarrafado e sim quando a uva foi colhida. Além disso, tenha em mente que, estima-se, apenas 10% dos vinhos possuem potencial de guarda, portanto os vinhos tintos devem ser consumidos em até 5 anos e os vinhos brancos/rosés em até 3 anos.
Note também algumas siglas importantes:
- DOC: Denominação de Origem Controlada (Portugal e Itália);
- DOCG: Denominação de Origem Controlado e Garantida (Itália);
- AOC: Appellation d’Origine Contrôlée (França);
- DO: Denominação de Origem (Brasil, Espanha e Argentina);
- QBA: Qualitätswein Bestimmter Anbaugebiete (Alemanha);
- AVA: American Viticultural Area (EUA).
É comum termos como Reserva e Gran Reserva e significa que os vinhos passaram por barrica de carvalho, sendo o primeiro por um período mais curto, enquanto que Gran Reserva por um período maior, além de ter sido produzido com as melhores uvas do produtor. Portanto, vinhos que levam esses termos costumam ser mais caros, já que o amadurecimento em barrica de carvalho é valorizado.
5º Dicas extras: Se você estiver muito inseguro, sugiro ficar na “zona de conforto” e escolher vinhos varietais que são feitos com uma única uva – provavelmente você já deve ter na sua memória lembrança de alguma uva que mais o agrade. Não obstante, ser curioso é uma grande qualidade, afinal só mesmo arriscando e experimentando é que será possível conhecer mais sobre esse universo dos vinhos.
Não esqueça de fazer sempre anotações sobre os vinhos degustados. Uma boa ferramenta para isso é o aplicativo Vivino, lá é possível catalogar e classificar os vinhos.