Em 2020, o número de escritórios de advocacia que fecharam suas portas no país foi quase 14% maior que no ano anterior, segundo a JLL, Empresa especializada em imóveis. Os fatores para esse fechamento em massa foram, dentre outros, econômicos como gastos com pessoal, oscilações do mercado e até mesmo a carência de clientes, que optaram por não buscar as agências físicas, devido ao risco de contaminação pelo novo Coronavírus.
Uma das alternativas, dentro do contexto pandêmico da Covid-19 (Sars-CoV-2), em todo o Brasil, foi a utilização do trabalho remoto e, em alguns casos, a migração total para o ambiente digital, aumentando-se, assim, o número de Escritórios Digitais no país.
Os Escritórios Digitais, contudo, não funcionam para todos os profissionais do Direito. É necessário que a Equipe saiba trabalhar de maneira remota, atualizando-se sempre com as novidades e atualizações de softwares, específicos para essa seara ,utilizem ainda bancos de dados, para alocar os documentos em nuvem, tenham aptidão em resolver e possibilitar respostas rápidas aos clientes, trabalhem com e-mails corporativos e que, possibilitem em seus sítios ou plataformas digitais, formas de pagamentos e recibos online, garantindo-se, desta forma, o caráter profissional de um Escritório Jurídico amplamente digital.
Os Escritórios online ganham não apenas em economia com papéis e impressoras, mas também na interação com parcerias/coworking, o que acaba promovendo um aumento na captação de clientes, uma maior distribuição dos serviços, de forma ágil, e sem toda a burocracia ocasionada pelo acúmulo de documentos físicos.
Observe, entretanto, que essas inovações têm custo, e devem acompanhar sistemicamente o progresso dos negócios, como a inserção de assinaturas digitais, atendimentos presenciais em Escritórios compartilhados pela OAB, por exemplo, ou mesmo com associados que atuem em torres físicas e que possam fornecer, emprestar ou alugar um determinado espaço, setor ou sala para atendimentos, reuniões, etc.
É importante destacar que, o Código de Ética da Advocacia veda totalmente o marketing ou qualquer conteúdo que “venda” o Escritório como produto ou serviço, o que significa que os Advogados e, no caso, também gestores, empresários ou mesmo os parceiros desses Escritórios, devem obediência aos preceitos éticos e de bom senso, para que não sejam advertidos, respondam por processos administrativos e, na pior das hipóteses, tenham até mesmo, quando Advogados, suas carteiras profissionais cassadas.
Mas, então, como fica o marketing jurídico do Advogado em plataformas como Instagram, Facebook, Twitter, etc.? A resposta continua sendo, até o presente momento, pela vedação total do marketing jurídico por Advogados. O que se permite é a divulgação de informativos, como a da atualização de uma lei, local da sede e especialidade dos associados, horário de funcionamento e informações de contato.
Destarte, são inúmeros os benefícios do trabalho in caráter home office, pela já explicitada redução dos insumos físicos, gastos com pessoal e aluguel, bem como pela ampla possibilidade de crescimento de pequenos Escritórios, normalmente fomentados por jovens Advogados, que acreditam na (r) evolução do mercado corporativo, pelo advento da Indústria 4.0, proporcionando-se, assim, a extensão do trabalho jurídico, não mais setorizado, mas em todo o território nacional, através do coworking e diligências cada vez menos burocratizadas e 100% digitais.