Sinopse: Uma mãe em desespero deixa seu bebê recém nascido em uma limusine, mas quando o veículo é roubado, os ladrões deixam a criança em um beco, no qual um homem simples o encontra e leva para a sua casa.
Nesse ano de 2021 fará 100 anos do lançamento do filme The Kid, primeiro filme dirigido por Charlie Chaplin e um dos melhores do artista, considerados por muitos como a maior joia do cinema mudo.
Como diz no início, é um filme “com um sorriso, talvez uma lágrima”, frase que define muito bem esse longa, o roteiro de Chaplin consegue mesclar comédia e drama, com um senso de equilíbrio perfeito, o humor pastelão é super adequado a vibe do filme, há uma inocência genuína nas tiradas cômicas que serviu como inspiração para inúmeras outras produções, o seriado Chaves por exemplo, possui uma forte referência dos filmes de Chaplin e a parte dramática são capazes de tocar o coração até dos mais duros. Outro fator predominante para imersão do público é o uso da música, que por sinal também é composta por Charlie, ela evolui de acordo com o apelo da cena, sendo essencial para a fluidez da narrativa.
É preciso ressaltar a importância da crítica social abordado aqui, definitivamente é um filme muito além de seu tempo, expondo a maneira que o pobre é visto pela sociedade e ao contar a história da mãe, o filme em nenhum momento joga a culpa toda nas costas da mulher, traçando um parelelo entre o que levou a ela tomar essa decisão e o seu arrependimento posterior.
Falando das atuações, não tem o que reclamar, Chaplin incorpora seu personagem com um carisma e humor físico, no qual só ele sabia fazer, Jackie Coogan que faz o garoto, entrega uma atuação extraordinária, tendo em vista a idade que ele tinha na época da produção e Edna Purviance, transparece toda a melancolia e ao mesmo tempo doçura que o papel precisava, sem nunca soar artificial.
The Kid é uma obra prima do cinema mudo, que é acessível até para aqueles que têm preconceito com filme antigo.