Empresário do setor de entretenimento, Marcelo Moraes é considerado um dos reis da noite carioca. Começou na área, em 2016, após um convite da equipe do cantor Zezé Di Camargo, para produzir o camarote `É o amor´, na Marquês de Sapucaí. “Me apaixonei, de tal forma, que, no ano seguinte, fiz o Lounge Carioca, também na avenida”, lembra.
A partir daí, ele não parou mais. Fundou a Leblon Entretenimento, empresa responsável por diversos projetos de grande sucesso na cidade maravilhosa, como os camarotes na Sapucaí: ´Nosso Camarote´, ´Rio Praia´ e `Cerveja Império, além da primeira feijoada das campeãs do Rio Othon Palace, nesse ano de 2020, entre muitos outros. Marcelo Moraes também é o produtor do ´Brazilian Day Newark´, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, que surgiu há dois anos, com o sucesso de seu vizinho de Manhattan, e deve retornar, em 2021, por conta do coronavírus.
1- O setor de eventos foi muito afetado nessa pandemia. Qual é a sua visão e perspectiva do futuro desse mercado?
Num primeiro momento, acredito em eventos híbridos (presencial e virtual). Será preciso garantir a segurança de todos com máscaras, álcool em gel e distanciamento, o mesmo vale para coffee breaks, almoço ou jantar, a preferência para estes serviços são o formato lunch box.
Quanto aos eventos sociais, festas, etc.., não vejo, por enquanto, uma saída, pois o vírus ainda circula entre nós e o poder de transmissão é grande. Acredito que o ideal seria liberar somente após a vacina estar disponível ou termos uma endemia.
2- Acredita que esse formato de evento vai continuar pós-pandemia?
Acredito que este é um caminho sem volta. Só foi antecipada com a pandemia. Basta uma conta rápida para ver que a redução de custos e despesas será significante. Só gostaria de frisar que nada substitui o contato humano, por isso, não acredito em eventos 100% online, acredito nas plataformas hibridas, que mesclam o presencial e o virtual.
3 – Quais são as diferenças em contratar algum serviço on-line e um serviço presencial?
As reuniões, antes presenciais, se tornaram online por alguma ferramenta (zoom, Skype, etc…). Porém, mesmo que contratemos serviços de transmissões online, a visita técnica ainda é necessária para, pelo menos, termos a certeza de que o local exista. A
presencial tem a questão mais transmite mais força, lealdade, segurança, etc… A online já tem uma questão mais “fria” e ainda são poucas empresas com forte reputação, o que traz insegurança.
4 – Você teve prejuízo com essa pandemia? Muitos eventos foram cancelados ou adiados? Já remarcou algum?
A pandemia gerou prejuízos sem precedentes. O que foi perdido não será recuperado e levará pelo menos, dois anos, para que haja algum tipo de estabilização no turismo e eventos. Eu não tive nenhum evento cancelado, mas precisei negociar bastante. Todos os eventos foram remarcados para 2021.
5- Apesar da reabertura de diversos setores, a forma como viajamos com certeza irá mudar. Como o setor hoteleiro, restaurantes, mercado local vai se recuperar?
Este ano infelizmente gerou um prejuízo irrecuperável para todos os setores, porém alguns deles se reinventaram, entrando forte no delivery, como bares e restaurantes. Quanto a rede hoteleira, infelizmente, é um setor que levará mais tempo, não só pela pandemia em si, mas também pela fraca gestão exercida. Diversos hotéis que foram abertos para as Olimpíadas, por exemplo, já apresentavam baixa ocupação e muitos fecharam na pandemia e não mais reabrirão. Um exemplo de como as redes precisarão ser fortes, é o Reveillon, que deve apresentar ocupação de no máximo 40%, mesmo tendo seus preços caído mais de 100% para a data. Não obstante, os mercados locais sofreram muito e tivemos mais de 30% de contratos encerrados e pontos fechados, além de uma inadimplência recorde. A recuperação será dada de forma lenta, mas acredito que o melhor a se fazer é investir no mercado interno, inclusive quando da retomada, até os trabalhadores terem essa prioridade, vide a taxa de desemprego.
6- Nesse ano, você fez o Camarote Rio Praia, na Sapucaí. O carnaval de 2021 está indefinido. Como profissional do evento, o que pensa sobre isso?
O carnaval desse ano foi um sucesso e não será diferente em 2021. Já temos datas pré-definidas que serão 8,9,10 e 11 de julho. Acredito que até lá a vacina já terá chegado para muitos. O interessante que já temos 30% de ingressos vendidos e menos de 2% em pedidos de devolução. O brasileiro acredita e precisa festejar. Será um dos maiores carnavais da história, e que possamos celebrar a vida.
7 – Você também é o produtor do ´Brazilian Day Newark´, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, que surgiu há dois anos. O que planeja para 2021? Terá o evento?
Este é um evento local, que em 2019, atraiu mais de 1 milhão de pessoas em 2 dias. Os Estados Unidos estão mais adiantados que o Brasil e como o mesmo será somente em setembro de 2021, acredito que 90% da população local esteja vacinada. As conversas com o prefeito local estão mantidas e todos numa grande vertente positiva para que possamos dar alegria a brasileiros e americanos, moradores da região.