Depois de tudo o que eu passei, finalmente…
Consegui me resgatar de um lugar que estava cheio de espinhos, de arames farpados e obstáculos que quase não consegui alcançar, mas ao contrário das outras vezes, eu tive paciência.
Busquei melhorar os passos que eu estava dando e com o cuidado de não me apressar. A caminhada era longa e o objetivo o mais nobre do que já vivi em toda a minha vida: me recuperar.
Eu tive que entender que para conseguir me salvar eu não tinha que me forçar a melhorar. Eu tinha que me concentrar. Eu tinha que acreditar e não apenas em mim, mas no que me fez chegar aqui.
Deus sempre esteve comigo e só Ele seria capaz de me guiar quando eu não quis mais continuar.
Demorou, mas eu consegui. E eu estava bem ali, no mesmo lugar. O lugar que eu não desejei voltar a entrar para não voltar a me incomodar com um passado que eu preferia ignorar.
Achei que essa era a melhor forma de resolver tudo, mas vi que errei.
As dores continuavam lá, prontas para retornarem à superfície dos meus sentimentos com força total e para me desequilibrar.
“O que eu estive tentando poupar?”
Eu fugi e era hora de retornar. Nunca foi fácil e nem disse para ninguém que não doeria de novo e até mais do que doeu antes, mas se eu cheguei até aqui, não tinha mais o porquê me acovardar.
O primeiro passo foi me perdoar, para depois pedir para os outros que também me perdoassem por tudo o que fiz e sei que fiz. Depois, por tudo que fiz, mas não reconheci ou sequer consigo lembrar.
E depois… Eu comecei a perdoar o que me fizeram e pela falta de consciência deles e dos próprios erros também fui começando a desculpar.
O processo ainda continua, mas pelo menos estou satisfeita por ter chegado até aqui.
Eu ainda não sei quanto tempo isso vai levar.
Mas não importa agora. Estou com quem de melhor pode me acompanhar.
Estou comigo, estou com Deus e estou em paz.
E a partir daqui o caminho só vai melhorar.