Como uma simples mudança na maneira de fazer gestão pode impactar os resultados financeiros de sua empresa.
Quando o assunto é empreender, muito há o que se falar, principalmente no Brasil, que ainda ocupa uma má posição, no ranking que lista os países em que há mais facilidade para se fazer negócios, publicado pelo relatório Doing Business 2019, uma das mais relevantes publicações do Grupo do Banco Mundial, onde ocupa a 109º posição entre outras 190 economias.
Contudo, o relatório não analisa um dos fatores básicos para se manter uma empresa de portas abertas e com lucros crescentes: fazer uma gestão humanizada das pessoas com impacto nos resultados financeiros.
Por aqui, só em 2018, foram registradas 1.706.009 reclamações trabalhistas que, justas ou não, desembolsaram das empresas, bilhões de reais, entre indenizações aos reclamantes e em taxas à justiça.
Por fim, no Ranking dos Assuntos mais Recorrentes, do Tribunal Superior do Trabalho (dados até setembro/2019), com 20.321 processos, o dano moral ocupa o 5º lugar, atrás de questões importantes como o respeito aos intervalos intrajornada e horas extras.
É possível notar, diante dessas informações que o DNA de uma boa parcela dos prejuízos financeiros causados a uma empresa e embalados na forma de problemas trabalhistas, têm suas origens na má gestão do relacionamento com colaboradores, portanto, os problemas que mais afetam seus lucros estão dentro das empresas, não sendo propriamente dito, problemas jurídicos.
“Quem olha pra fora, sonha. Quem olha pra dentro, desperta.” – Carl Jung
A reflexão sobre a frase atribuída a Jung, permite o reconhecimento de que, cuidando bem de seu capital humano interno, as empresas podem não só diminuir significativamente seus prejuízos financeiros como potencializar seus lucros, ao contrário do que normalmente acontece com as que escolhem ‘olhar para fora’ comparando desumanamente as características intelectuais e produtivas de seus colaboradores ao time de outras empresas de ramos similares ou não.
Alcançar melhores resultados financeiros, afinal, colaboradores que são verdadeiramente ouvidos e, portanto, valorizados, produzem mais, produzem melhor, implica para as empresas e seus gestores numa mudança de comportamento, numa mudança na forma de fazer gestão, e isso não deveria ser encarado como uma grande novidade pois há pelo menos duas décadas tem-se visto essa demanda por uma gestão mais humanizada ser exigida pelo mercado.
O colaborador clama por ser ouvido e, diante de uma negativa de sua liderança, reclama (clama novamente) para que sua necessidade seja considerada e, frente a uma nova negativa, sua única ação, via de regra, é solicitar à justiça uma audiência (do latim audientia, que significa “ato de ouvir”) e o final dessa história todos conhecemos.
Percebe-se com isso uma questão de sobrevivência para as empresas.
As indicações deste texto sinalizam que, a maior parte das mudanças nos tratos com os colaboradores de uma empresa, são baratas. Na verdade, não faltam indícios de que custa sempre mais caro não mudar.
É por isso que só analisar planilhas, projetar números ou enxugar custos irrelevantes, não garantem uma boa gestão nem resultados financeiros perenes.