Para quem mora no Novo Mundo, medidas governamentais de alguns países orientais parecem não seguir princípio primordiais da formação da nossa sociedade. Um ponto que nos causa estranheza é o sistema econômico chinês – em que o Estado é obrigatoriamente acionista de grandes empresas -, e outro é a concepção de acesso a informação e de liberdade de expressão.
Hollywood aprendeu antes do Vale do Silício que, para ter acesso ao gigante e pujante mercado chinês, é preciso saber ceder. Após anos de negociações, o Google parece ter chegado a termos de trabalho aceitáveis para o governo da China e criará uma versão local do seu mecanismo de busca, o Project Dragonfly.
Dragonfly (libélula, em inglês) funcionará de maneira diversa do buscador que todos conhecemos, não somente dificultando o acesso à informações relacionadas à Deep Web e ao funcionários do governo, mas também direcionando os resultados das pesquisas para que direcionem os usuários às políticas públicas mais relevantes para o Estado.
As maiores redes sociais do país – Weibo, QQ, e WeChat – já se enquadram nas exigências do governo e, considerando a importância do mercado chinês para a Alphabet, que engloba o Google e o Sistema Operacional Android, já era de se esperar que a empresa fosse ceder a concessões. Agora nos resta saber em que medida esse tipo de acordo pode colocar em risco a segurança e a privacidade das pessoas em outros mercados como o do Brasil.