“Naquele Império, a arte da cartografia ganhou tal perfeição que o mapa de uma só província ocupava toda uma cidade, e o mapa do Império, toda uma província. Com o tempo esses mapas desmedidos satisfizeram e as escolas de cartógrafos levantaram um mapa do Império, que tinha o tamanho do Império e coincidia pontualmente com ele. Menos dependentes do estudo da cartografia, as gerações seguintes entenderam que esse dilatado mapa era inútil e não sem impiedade o entregaram às inclemências do sol e dos invernos.”
Assim começa a narração de Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo, que inspirou a criação da alegoria filosófica de Jean Baudrillard, Simulacro e Simulação (ISBN 2-7186-0210-4). Nesse livro é discutido como símbolos e signos, como representações da realidade, se relacionam com as unidades existênciais humanas e suas concepções individuais de mundo.
Os mapas são representações visuais de regiões físicas reais, que de acordo com uma escala permitem reduzir o espaço necessário para entender as variações topográficas e geopolíticas ao longo do território. Deficiências para o seu equivalente em papel, como a bidimensionalidade e a incapacidade de se relacionarem com a variável Tempo, foram mitigados pelas tecnologias recentes.
Desde a aquisição do Google Maps em 2004 – de Lars e Jens Rasmussen – o gigante da busca continua aplicando melhorias e inovações ao produto. A última anunciada foi uma maneira tecnicamente mais elaborada de, com mais rapidez, mapear vias terrestres não oficiais e ambiente internos de lojas, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais.
O Cartógrafo é o próximo passo do Street View, uma ferramenta de mapeamento que cabe dentro de uma mochila e entrega tecnologia de Localização e Mapeamento Simultâneo em Tempo Real (SLAM). É possível reproduzir o ambiente interno de um prédio de 39 andares em poucas horas – como foi feito com Hotel San Francisco Marriott Marquis.
Utilizando milhares de bases de dados de órgãos oficiais como o Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos, the Instituto de Pesquisa e Ordenança da Irlanda e o Instituto Nacional de Estatísticas e Geografia do México, o Google quer construir uma mapa mais compreensivo e que entregue melhores resultados aos usuários do serviço de busca e de mapas. Por meio de uma mochila conectada a um tablet Android, imagens são registradas e recriam virtualmente o ambiente ao seu redor.
A Mochila Cartógrafa e a ferramenta de edição de mapas para os usuários (Map Maker), darão a possibilidade de atualizar o Google Maps na mesma velocidade que o mundo muda. Atualmente, há apenas mais 5 localidades com a função disponível – JW Marriott San Francisco, San Jose Marriott, Museu de Artes Infantis, Museu de Aviação de Munique e Museu Discovery -, mas a previsão é que em breve muitos ambientes internos estejam mapeados.
Qual é o primeiro lugar que você gostaria de ver mapeado?
Um Comentário
Jonas Barbosa
Ainda prefiro o MapQuest