O futuro da humanidade e o Prometeu Moderno.
Em 1978, nascia, em Oldham, Inglaterra, o primeiro bebê de proveta da história: Louise Brown. Era inimaginável que dois gametas pudessem se unir fora do corpo humano, em um laboratório, gerando uma vida sem ser a partir da relação sexual. De lá pra cá, são mais de 8 milhões de pessoas já nasceram desta forma!
Em 1990, a ação era mais audaciosa: o diagnóstico pré-implantacional (DPI). Uma forma de analisar geneticamente um pré-embrião antes de ele ser implantado no útero. A análise está associada sobretudo em mutações genéticas no número de cromossomos (como as síndromes de Down, Patau, Edwards), mas há outras possibilidades mais sutis como verificar a presença de um determinado gene e escolher qual embrião implantar.
Em 2012, uma nova magia: o CRISPR – uma forma de editar o DNA. Com ela – que vive uma moratória bioética, a espera de segurança para uso – será possível modificar genes ou simplesmente retirá-los do material genético. Trata-se de uma ferramenta que poderá alterar o curso da saúde das pessoas, do QI delas, da beleza (com seus padrões pré-escolhidos), de sua força física.
Isso sem falar em conceitos como transumanização, digitalização cerebral, computação pós-morte, entre outros futuros…
Com tantas possibilidades em surgimento, o que imaginar sobre nossa espécie em um futuro próximo? Em 2035? Em 2040?
Segundo Ray Kurzweil, inventor (e adivinho?) em 2045, haverá o fim da morte com o uso dos computadores… Os bits cerebrais serão facilmente transferidos para um hardware que sob um software poderá continuar a viver, a aprender, a aumentar experiência…
E em 2090?
O que assusta frente a tamanhas possibilidades é, além da questão ética, a questão social. Será que essas técnicas tão promissoras serão democraticamente distribuídas? Será que elas serão acessíveis a todos os cidadãos? Ou será mais uma forma que acentuará a desigualdade entre os seres humanos?
Será que a batalha do futuro será entre nós, Homo sapiens 1.0, agora excluídos mas presente no futuro, e o Homo sapiens 2.0?
Quem viver, verá.