A digitalização, que já era uma tendência na sociedade antes da pandemia da Covid-19, tem se tornado ainda mais presente na vida de todos, diante da nova realidade trazida pelo isolamento social. Nesse período de transição, que teve início em agosto, entre o ensino remoto e a volta às aulas presenciais, muitos pais ainda não se sentem seguros para mandar seus filhos às escolas. Diante disso, a tecnologia segue como uma grande aliada para seguir com o ensino de forma que o aluno siga em evolução na aprendizagem.
A educação foi um dos principais setores impactados com a pandemia da Covid-19, com a aceleração da transformação digital, que tornou a tecnologia peça-chave fundamental para escolas, alunos e professores, remodelando o ensino de maneira geral e proporcionando uma experiência educacional assertiva para ambos. Ela permite, entre outros benefícios, a conquista de um maior engajamento por parte dos estudantes, um processo de aprendizagem mais dinâmico, criativo e amplo, além de, certamente, preparar os estudantes para um mercado de trabalho altamente digitalizado e guiado pela inovação.
De acordo com o empresário Alexandre Velilla, são inúmeros os motivos para a modernização, cada vez maior, do ensino, por meio das ferramentas tecnológicas e digitais. Ele acredita que a educação deve se comunicar com a realidade dos alunos e com o contexto de suas vivências, de modo que o processo de aprendizagem seja natural, contínuo e espontâneo, engajando-os ativamente no processo de aprendizagem.
Neste sentido, levando em conta que vivemos em uma sociedade altamente digitalizada e que boa parte dos estudantes do país, hoje, são nativos digitais, nada mais coerente do que trazer a tecnologia para a sala de aula visando eficiência e otimizando o movimento de aprendizagem de alunos em todas as faixas etárias. Alexandre é pós-graduado (PMD) pelo IESE – University of Navarra e formado em Ciências Econômicas pela USCS e em Ciências Contábeis pela UNISA.
Seus mais de 25 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais, nas áreas de finanças, controladoria e administração, o credenciam para afirmar que, para que as tecnologias surtam efeitos positivos nas vidas das pessoas é preciso que os objetivos da aplicação tecnológica esteja inserida na metodologia pedagógica de ensino que será desenvolvida com os estudantes.
Sua passagem por empresas como KPMG Brasil, Boston Scientific do Brasil, EY, e CEL.LEP, lhe deram vasta experiência em Estratégia, Gestão e Finanças. Como apresentador de programas TV, Velilla liderou o “Café com CEO” e foi jurado do “Batalha das Startups”, ambos da Record News, mas foi como membro dos Comitês Estratégicos de CEOs e de CFOs da AMCHAM e do conselho consultivo do CEAP (melhor ONG de Educação do Brasil em 2019 e do Sudeste em 2020) que ele pode refinar sua experiência para que suas teorias tivessem aplicações práticas.
Ao envederar para o mundo das startups, primeiramente como sócio-fundador da Quest Construções e, posteriormente, como sócio da Flex Interativa e investidor-anjo no BR Angels, o experiente Velilla, além de ocupar o cargo de vice-presidente de Inovação do IBEF-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), foi eleito, em 2020, como Profissional do Ano pela 35ª edição do Prêmio ANEFAC (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). Confira abaixo algumas tendências mundiais de tecnologia que têm transformado o ambiente de educação:
Realidade Aumentada e Virtual
A realidade aumentada, por meio de objetos virtuais criados por um computador, conecta um ambiente virtual ao ambiente físico, em tempo real, ao usar um dispositivo de saída, como um smartphone, videogame, notebook ou tablet, interagindo com o que já existe. Já a realidade virtual, é uma tecnologia de interface avançada, criada por um computador, que substitui o que se está vendo por um conteúdo totalmente virtual, com interações mais naturais, que acontecem por meio do uso de capacete ou óculos de realidade virtual. “O uso dessas ferramentas é uma estratégia bastante interessante para aproximar os estudantes de conteúdos complexos e estimular a imaginação e criatividade, por meio de experiências imersivas de ensino”, explica Alexandre.
Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial (IA) representa um conjunto de software, lógica, computação e disciplinas filosóficas e é um avanço tecnológico que permite que sistemas simulem uma inteligência e realizem funções parecidas com as humanas, para tomar decisões de forma autônoma, perceber e entender o significado da linguagem escrita ou falada, aprender, reconhecer expressões faciais, entre outras. “As possibilidades de aplicação de IA na educação são bastante amplas e envolvem desde a etapa inicial de preparação de conteúdos, tomada de decisão de gestores e aceleração de processos internos das escolas, até a preparação de trilhas de conhecimento adaptativas ao perfil dos alunos. Segundo uma pesquisa recente, até 2023, mais de US$3 bilhões serão investidos em inteligência artificial no ensino”, comenta.
Gamificação
A tendência consiste no uso de mecânicas e dinâmicas de jogos a fim de promover engajamento entre as pessoas, resolver problemas e melhorar o processo de ensino-aprendizagem, motivando ações e comportamentos, além de despertar a curiosidade dos usuários e incentivá-los a fazer algo. Na educação, o principal objetivo é criar motivação inerente, onde o aprendizado se mistura com a brincadeira, sem precisar separar a teoria da prática. “Ela se conecta, diretamente, com a inteligência artificial na criação de trilhas de aprendizado que, além de adaptativas, podem ser altamente engajantes, divertidas e se comunicar diretamente com o dia a dia dos alunos”, comenta Velilla.
Learning Analytics
Learning Analytics é o termo designado para a utilização de dados de aprendizagem por meio da tecnologia, para fazer análises sobre o desempenho educacional dos estudantes, coletadas por meio de Big Data e que permitem aos professores pensar em estratégias de acordo com todas as dificuldades encontradas e enfrentadas por eles. “O modelo de learning analytics – tendência que, a partir da mineração do big data educacional, desenha novos modelos de ensino e aprendizagem – pode contribuir, de modo decisivo, com a disrupção do mercado educacional, pois permite que os professores tenham uma base objetiva de informações para apoiar sua tomada de decisões a respeito de suas metodologias de ensino e para entender as especificidades e desafios de aprendizagem de cada estudante”, explica Alexandre.
Tecnologias Assistivas
Por fim, o executivo destaca as tecnologias assistivas, um conjunto de recursos utilizados para ajudar pessoas com deficiência e ampliar a sua mobilidade, comunicação e habilidades de aprendizado, tornando a vida delas mais fácil e independente, promovendo melhor qualidade de vida e inclusão social. “Elas contribuem para a otimização dos processos de aprendizagem de alunos com deficiência e atuam de modo inclusivo, permitindo que novos conhecimentos sejam difundidos, levando em conta as necessidades de cada estudante”, ressalta.