Black Mirror voltou com tudo este ano e o primeiro episódio é “Joan is awful”, que gira em torno de uma mulher descobrindo que toda a sua vida se tornou um drama do Netflix. É de tirar o fôlego!
Nesse episódio, Joan descobre que todos os seus segredos mais sujos e fantasias foram expostos. E o final reserva uma grande reviravolta, que vou falar mais adiante. O episódio é extremamente inovador e quebra a quarta parede diversas vezes.
Além de o episódio estar cheio de referências a outros episódios de Black Mirror e até mesmo ao próprio Netflix, ele é muito inovador e quebra a quarta parede diversas vezes, além de estar qualhado de easter eggs de outros episódios de Black Mirror e até mesmo da própria Netflix.
Enredo de Joan é péssima
Logo de início, percebemos que o nome do serviço de streaming no universo do episódio é “Streamberry”, com uma fonte idêntica à da Netflix. Durante o episódio, podemos ver títulos como “Locke Henry: Truth Aloud” e “Sea of Tranquility”, que fazem referência a outros episódios da temporada. E tem até uma menção a “Bandersnatch”, um episódio interativo de Black Mirror. Sensacional, não é mesmo?
A ideia de transformar a vida de Joan em um documentário é uma crítica ao modo como a Netflix transforma eventos reais em produtos comerciais. É como se transformassem o horrível em entretenimento. Já vimos casos polêmicos, como o documentário sobre Jeffrey Dahmer, que causou revolta nas famílias das vítimas. E não podemos esquecer de como as pessoas expostas em documentários sobre crimes reais acabam sofrendo consequências negativas.
O episódio também aborda o quanto expomos nossas vidas pessoais na internet sem nem perceber. Postamos tudo nas redes sociais, mas será que realmente temos controle sobre essas informações? Quem sabe se não estamos assinando tudo quando concordamos com os termos e condições? É uma reflexão muito pertinente nos dias de hoje.
Inteligência artificial de Black Mirror pra vida real
Não podemos deixar de mencionar a tecnologia deep fake, que é abordada no episódio. Joan descobre que sua imagem está sendo usada em cenas criadas por um computador quântico. E, acreditem, há até um filme recente que explora essa temática. É uma crítica ao fato de que, muitas vezes, valorizamos celebridades mesmo quando elas não têm nenhuma relação com o trabalho em questão. É uma loucura!
A interpretação dos atores também é sensacional. Temos Himesh Patel como Krish e Kate Blanchard como Joan. E a forma como eles exploram a questão da identidade e da imagem é incrível. Ah, e não posso esquecer de mencionar Salma, que traz uma versão alternativa de Joan. E o mais legal é que há uma piada genial no meio do episódio envolvendo a atriz Masie Masaka, que apareceu em outro episódio.
Ao interagir com esta Experiência, você concede à entidade Netflix e a qualquer pessoa autorizada o direito irrevogável, perpétuo, universal e não exclusivo de utilizar sua imagem e nome, para o desenvolvimento, produção, distribuição, exploração, publicidade, promoção e anúncio desta Experiência, em todos os meios de comunicação, conhecidos ou posteriormente criados, e em todos os idiomas, formatos, versões e formas relacionados a tal Experiência sem qualquer remuneração para você ou qualquer outro indivíduo, a menos que proibido por lei.
Como você pode se tornar péssima como Joan
Como o episódio conta a história de uma mulher cuja vida se transforma num inferno porque ela não percebeu que concordou com isso ao assinar o extenso contrato de termos e condições de um serviço de streaming, vários espectadores da série ficaram preocupados com consequências de não ler as letras miúdas do contrato que têm com a Netflix.
Aproveitando o hype e surfando na onde, a Netflix lançou uma experiência única chamada “Você é Horrível”, onde os fãs podem fazer upload de uma foto de si mesmos e serem “a estrela do show” no Streamberry – o serviço fictício de streaming mostrado na série.
Aqueles que participarem devem concordar com um Contrato de Termos de Uso e Declaração de Privacidade de nove páginas, semelhante ao de Joan, que dá à Netflix o direito de usar seu nome e imagem em material promocional relacionado à experiência.
Participante Digital serão compartilhados com você e poderão ser usados por nós em nossas campanhas promocionais em vários tipos de mídia. Além disso, você terá acesso e poderá baixar o Ativo de Identificação do Participante Digital e postar esse ativo em suas contas de mídia social (apenas para uso pessoal e não comercial). Seu uso será regido pelos termos estabelecidos por nós.
Embora o documento não permita que você seja submetido a um drama da Netflix sobre sua vida, a experiência ilustra a importância de ler a letra miúda. Você pode conferir a versão completa desse documento aqui: Baixar Termos de Uso do StreamBerry do Black Mirror.
Tudo indica que esse é apenas um ARG (Alternate reality game), que Netflix está utilizando para “farmar” em cima da controvérsia. Bem, se por um lado, tem muito influenciador por aí criando polêmica só pra conseguir mais views, por outro lado, o pessoal do Jovem Nerde e os criadores dos Tecnonautas já criaram um ARG com a Kally para gerar engajamento.
Embora seja polêmica essa ação de marketing, ela tem sido tão bem sucedida porque a própria Netflix tem compartilhado muito o material promocional fictício no Twitter que é proveniente desse site maluco que eles criaram.
Quer participar da zoeira também, então, por sua própria conta e risco, visite a página Você é Horrível da StreamBerry.
São 4 passos muito simples:
- Você escreve o seu nome e define o seu gênero;
- Faz o upload da sua foto;
- Concorda com os termos de serviço e acordo de privacidade; e
- Tem uma página da StreamBerry feita inteirinha pra você, além de poder baixar a sua própria imagem no estilo da Joan pra postar nas redes sociais.
Quando você interage conosco, certas informações podem ser coletadas automaticamente. Exemplos destas informações incluem: o tipo de sistema operacional do seu computador, características do dispositivo e do software (como tipo e configuração), URLs de referência, endereço IP (que pode nos informar sua localização geral), estatísticas sobre visualizações de páginas ou interações com atividades, e informações de registro sobre o navegador e o servidor de Internet padrão.
Se você é preguiçosa e não quer ler 10 páginas de um PDF chato e burocrático, eu utilizei uma inteligência artificial pra facilitar sua vida e você poder fazer as perguntas que quiser para saber exatamente o que precisa sem precisar ler as letrinhas miúdas: https://www.chatpdf.com/share/LlhS702DsNyqMPHIjkwQA
Boa sorte! 🙅🏻♀️