Essa semana sairam várias notícias sobre o aparecimento de um animal bem diferente nas praias do Nordeste Brasileiro: o Glaucus atlanticus, mais conhecido como dragão azul ou dragão do mar. Então eu resolvi falar um pouquinho sobre esse bichinho tão carismático, mas que ao mesmo tempo está sendo alvo de diversas fake news.
Esse animal é um molusco, do mesmo grupo dos caracóis, mais especificamente um nudibrânquio, e vive em alto mar nos oceanos atlantico, pacifico e indico, não sendo portanto muito comum de ser visto nas praias. Apesar disso, seu aparecimento nas praias do brasil é relativamente comum, tendo sido avistado já em praticamente todo o litoral. Isso se deve muito provavelmente à fortes correntes marítimas que podem acabar trazendo esses animais para a areia.
Por serem muito pequenos e terem o corpo mole, eles tem a química como principal estratégia de defesa. Basicamente, eles tem a incrível capacidade de incorporar substâncias químicas de suas presas. No caso do dragão azul, que se alimenta de águas vivas, ele incorpora as suas células urticantes, conhecidas como cnidócitos. Todo mundo sabe que pegar uma água viva na mão pode causar uma irritação na pele, certo? Pois bem, são essas células que causam essa irritação.
O dragão azul, assim como muitas outras espécies do grupo, são animais aposemáticos, o que significa que sua coloração tem a função de alerta para seus predadores – como quem diz, “você não vai gostar de me comer, eu tenho gosto ruim e sou perigoso”. No caso, o perigo é somente para seus predadores mesmo – para o ser humano esses animais são praticamente inofensivos.
Mas e os tais cnidócitos? Então – ao contrário das águas vivas, que basta você encostar para ter a reação urticante, o dragão azul tem a capacidade de lançar esses cnidócitos para se defender quando se sente acuado. Isso não significa que eles são animais maléficos ou extremamente perigosos – apena significa que ele sabe se defender. E que bom, né?
A mensagem que eu quero passar é simples: Se você, assim como eu, é amante dos animais, ao encontrar esse bicho numa praia por ai sinta-se grato por poder ver de perto essa criaturinha tão incrível. Se você não é tão chegado, ao encontrá- lo, ignore-o e siga seu caminho. Mas em ambas as situações, respeite a vida. A natureza é linda, o dragão azul é lindo, mas nós não somos donos deles! Contemple, admire, conheça, reconheça, preserve, proteja. Mas acima de tudo, respeite todas as formas de vida.