Nesta entrevista exclusiva concedida ao canal do Youtube Morning Brew Daily, Mark Zuckerberg, compartilhou com os entrevistadores Neal e Toby seus insights sobre o futuro da tecnologia, abordando uma variedade de tópicos que vão desde o lançamento do Apple Vision Pro até a ética da inteligência artificial.
Mark Zuckerberg, o CEO do Meta, tem sido uma figura icônica no mundo da tecnologia há mais de duas décadas. Sua jornada de liderança evoluiu desde os primeiros dias de “apenas um monte de crianças correndo por aí, construindo coisas que achávamos legais”, até a gestão de uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. Comparável a outros visionários como Evan Spiegel, do Snapchat, e Elon Musk, da Tesla, Zuckerberg destaca-se por sua abordagem única.
Mark Empresário e Gestor
Ao longo dos anos, Zuckerberg passou por uma transformação significativa em sua abordagem de gestão. Inicialmente, ele admitiu que “não sabia nada sobre construir uma empresa”, pois seu objetivo inicial não era iniciar um negócio, mas sim criar algo que achava fascinante. No entanto, à medida que o Facebook cresceu, ele foi forçado a aprender e crescer com a empresa, contando com mentores como Sheryl Sandberg para orientá-lo no caminho da liderança eficaz.
Atualmente, Zuckerberg lidera uma equipe de veteranos e amigos de longa data, como Chris Cox e Andrew Bosworth, que estiveram com ele desde os primeiros dias na empresa. Essa dinâmica de equipe, cultivada ao longo de décadas de experiência compartilhada e desafios superados juntos, é o cerne da abordagem da sua liderança.
“Eu não acredito muito em delegar. Acho que a maneira como um fundador deve trabalhar é basicamente tomar o máximo de decisões possível.”
Além disso, ele discutiu sua visão sobre os modelos de negócios abertos e fechados, destacando a abordagem do Meta em ser mais aberto e orientado para parcerias em contraste com a abordagem da Apple de integração de produtos. Ele expressou confiança na capacidade do Meta de competir e inovar nesse espaço. Essa abordagem hands-on pode parecer incomum para alguns, mas para Zuckerberg, é fundamental para manter-se envolvido e direcionar o rumo da empresa que ele construiu.
Tecnologias Vestíveis (realidade aumentada)
Na entrevista, Zuckerberg explicou sua decisão de fazer um vídeo comparando o Apple Vision Pro com o Quest 3 do Meta. Ele destacou a importância de desafiar a noção de que um produto mais caro automaticamente oferece uma qualidade superior, enfatizando o valor e a qualidade do produto do Meta em comparação com o Vision Pro da Apple.
Quando questionado sobre se o Meta se beneficia do “efeito halo” da Apple ao entrar no mercado de headsets, ele reconheceu a importância da concorrência saudável e afirmou que a entrada da Apple nesse espaço impulsiona a conversa sobre headsets de realidade virtual, potencialmente beneficiando o Meta no processo.
O CEO do Meta compartilhou sua visão sobre o futuro dos óculos inteligentes, enfatizando o potencial de tornar a computação mais imersiva e socialmente envolvente. Ele destacou o papel dos óculos como o próximo dispositivo móvel dominante e enfatizou a importância da integração social na experiência do usuário.
Apesar das mudanças de foco na indústria, Mark reafirmou o compromisso do Meta com o desenvolvimento do metaverso e da inteligência artificial. Ele enfatizou os investimentos significativos da empresa nessas áreas e sua determinação em alcançar seu pleno potencial.
Vida Pessoal e Saúde Mental
Em sua vida pessoal, Mark cultiva hobbies incomuns, como artes marciais mistas, pilotagem de helicópteros e até mesmo a criação de gado. Isso pode parecer para uns como distração, mas na verdade é a maneira que ele encontrou para recarregar suas energias emocionais e cuidar da sua saúde física.
Além disso, o CEO da Meta também aborda questões de branding e futuro, como o metaverso, afirmando que “quando o espaço do metaverso aquece um pouco, as pessoas tentam chamá-lo de coisas diferentes porque querem adotar nossa marca”. Sua visão expansiva e sua capacidade de antecipar tendências futuras são características que o distinguem como um líder inovador.
O empresário compartilhou insights sobre seu estilo de gerenciamento e seus interesses pessoais, destacando sua paixão pela competição e pelo desenvolvimento de produtos inovadores. Sua dedicação à reabilitação do joelho para voltar às artes marciais reflete sua determinação em enfrentar desafios, tanto pessoais quanto profissionais.
O Facebook e o Futuro da Inteligência Artificial
Ele também discutiu recentemente sobre o futuro da inteligência artificial (IA) e os desafios que cercam seu desenvolvimento. Abordou a proposta de Sam Altman de levantar trilhões de dólares para construir uma infraestrutura semicondutora para sistemas de IA.
O criador do Facebook reconheceu a escala gigantesca desse plano, mas não opinou diretamente sobre sua necessidade, destacando, no entanto, a crescente demanda por poder computacional à medida que os modelos de IA se tornam mais complexos.
Em relação à escalabilidade dos sistemas de IA, Zuckerberg observou a tendência de empresas construírem clusters de treinamento cada vez maiores, requerendo recursos computacionais significativos. Ele antecipou a necessidade de produzir um grande número de chips para sustentar o desenvolvimento da IA.
Ele também abordou considerações filosóficas sobre o impacto da IA na humanidade, alinhando-se à perspectiva de que é crucial impedir que uma organização se torne significativamente mais avançada do que outras.
Enfatizou a importância da abordagem de código aberto para a IA, argumentando que isso evita a concentração de poder e garante acesso e segurança mais amplos, contrastando a abordagem do Facebook, que se concentra em modelos e ferramentas de código aberto, com outras empresas que possuem modelos proprietários devido aos seus modelos de negócios.
Quanto ao impacto da IA no mercado de trabalho, Markinho expressou otimismo sobre seu potencial de permitir que as pessoas busquem trabalhos mais gratificantes a longo prazo. No entanto, ele reconheceu que certos empregos podem ser transformados ou automatizados, mas acredita na capacidade de adaptação e criatividade humana para criar novas oportunidades.
Ao abordar as demissões em algumas empresas, Zuckerberg atribuiu essas a fatores como superconstrução e reorganização estratégica, em vez de apenas aos avanços da IA. Ele observou que algumas demissões podem ser influenciadas pelas mudanças de foco das empresas em direção às tecnologias de IA.
Ele destacou o potencial de tecnologias alimentadas por IA, como os óculos Ray-Ban e interfaces neurais, para revolucionar diversos aspectos da vida cotidiana, desde acesso à informação até métodos de comunicação. Ele ressaltou a importância de considerações éticas, colaboração aberta e implementação responsável ao lidar com a IA.
“Eu acho que isso vai fazer muito mais bem do que mal, e os maiores danos são basicamente ter o sistema não amplamente ou uniformemente distribuído ou não suficientemente fortificado”.
Ao longo da entrevista, Mark Zuckerberg ofereceu uma visão perspicaz sobre o futuro da tecnologia e o papel do Meta nesse cenário em constante evolução. Sua abordagem franca e comprometimento com a inovação deixaram claro que o Meta está posicionado para liderar a próxima onda de avanços tecnológicos.
Sua jornada como líder empresarial e empreendedor é marcada por aprendizado contínuo, adaptação e um compromisso inabalável com a inovação. Como ele próprio afirma, “as pessoas tentam chamar [o metaverso] de diferentes coisas, mas no final do dia, é sobre o que estamos construindo aqui”.
Convidamos vocês a retornarem ao Tecnoveste na semana que vem para mais reportagens como esta, que exploram os rumos da tecnologia e os líderes que estão moldando o futuro.