De 2001 a 2013, o fluxo de comércio entre Brasil e China multiplicou-se em 26 vezes – passando de US$ 3,2 bilhões para US$ 83,3 bilhões -, fazendo o país asiático figurar não apenas como maior mercado comprador das exportações brasileiras (média de USD 46 bilhões/ano), mas também como o principal fornecedor de produtos importados pelo Brasil (média de USD 37 bilhões/ano) . Iniciadas em 1974, trinta e cinco anos depois, em 1979, a China se tornou o principal parceiro comercial do Brasil, substituindo a posição tradicionalmente ocupada pelos Estados Unidos.
A parceria estratégica entre os países foi reforçada por diversos tratados ao longo dos anos e é entendida como uma política de Estado e não de governo, como pode ser exemplificada pelas “ responsabilidades comuns porém diferenciadas” defendidas em foros internacionais por meio da agenda transversal do grupos como BRICS, no G20 e no BASIC – que tratam de assuntos como desenvolvimento de países emergentes, mudança do clima e reforma da ONU são discutidos. Com o apoio da Embaixada do Brasil em Pequim e dos Consulados-Gerais em Xangai, Cantão e Hong Kong, a China demonstra o mesmo interesse instalando respectivamente representações em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.
Apesar de o Brasil não reconhecer Taiwan como entidade de governo, apenas a República Popular da China como único Governo legal, o Brasil não é contra a existência de Taiwan, pelo contrário, apoia esforços pacíficos pela reunificação do território chinês – de acordo com a Resolução 2758 da Assembleia-Geral da ONU. Além do Programa do Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China (CBERS ), iniciado em 1988 e ampliado em 2013, na área de alta tecnologia, na área política a cooperação também é forte, como demonstra a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) co-presidida pelos vice-presidentes dos dois países.
A parte desta relação que mais impacta o cotidiano do cidadão e do empresário brasileiro é o Plano Decenal de Ação Conjunta, que prevê coordenação em áreas como ciência, tecnologia e inovação e cooperação espacial; energia, mineração, infraestrutura e transporte; investimentos e cooperação industrial e financeira; cooperação econômico-comercial; e cooperação cultural e intercâmbio entre as duas sociedades. Nos últimos seis anos, o Brasil acumula um superávit com a China de US$ 32 bilhões.
A cooperação financeira, tanto no âmbito bilateral e quanto no multilateral, logrou frutos que ambos os lados podem se beneficiar, como o Acordo de Swap em Moda Local – para evitar que variações bruscas de moeda estrangeira impactem significaticamente no comércio -, a abertura de três bancos chineses atuam no Brasil e a intensificação de investimentos chineses para segmentos como telecomunicações, automóveis, máquinas e serviços bancários.
Do nosso lado, saímos ganhando em áreas como aeronáutica, mineração, alimentos, papel e celulose, serviços bancários, e estamos sempre em busca de uma atuação pragmática para que possamos transformas “necessidades internas em possibilidades externas”. Vale a pena ficarmos atentos para que aproveitemos oportunidades como a Feria de Cantão – uma das maiores do mundo para o setor – e os eventos e publicações do Conselho Empresarial Brasil – China (CEBC) que beneficiam empreendimentos em diversas áreas de ambos os lados.
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