Essa semana comemoramos no dia 14/04 o Dia Mundial do Café, data que serve para homenagear essa bebida tão adorada e consumida no mundo todo. O que nem todo mundo sabe é que na Bahia produzimos um dos melhores do café do Brasil. A cidade mais antiga da Chapada Diamantina, Piatã, possui condições favoráveis para a produção de um café de excelência.
E quais são essas características que fazem desse café tão especial e requerido?
- Terroir: Piatã é a cidade mais alta do nordeste brasileiro, portanto tem cafés plantados em 1000 e 1600 metros de altura, o que é extremamente favorável, mas não só isso. É preciso levar em consideração outros aspectos relevantes, tais como: acidez do solo, tipo do solo e incidência solar – por estar em um local muito elevado, recebe mais a incidência de raios solares que, aliado a poucas chuvas, baixa temperatura e sem geadas, gera um café com acidez equilibrada e naturalmente mais adocicado com notas de mel, rapadura e chocolate.
- Métodos de Produção: o foco é sempre na qualidade e não na quantidade. Piatã tem pequenos e micro produtores que se dedicam e acompanham de perto toda a produção. Portanto, todo o processo é artesanal, sendo os grãos selecionados a mão e a colheita é completamente manual. Segundo Rodolfo Moreno, presidente da CooPiatã (Cooperativa de Cafés Especiais de Piatã), Piatã deve produzir aproximadamente 13 mil sacas de café, não estando a nível competitivo em questão de quantidade, mas o destaque é justamente na qualidade.
Premiações:
A Rigno tem mais de 40 anos de tradição e é o café mais premiado da região. O café produzido nas Fazendas Ouro Verde e São Judas Tadeu conquistou os primeiros lugares em excelência nacional no concurso Cup of Excellence em 2009, 2014 e 2015 e o 1º lugar na ABIC (Assoc. Brasileira da Indústria de Café) nos anos de 2015 e 2019.
Para quem visita a região e não quer deixar de experimentar o tão famoso café, a esposa de Antônio Rigno, a barista Dona Terezinha Rigno, oferece um café colonial na cafeteria Recanto do Café com direito a quitutes preparados por ela, como bolos, tapioca, cuscuz, pães e tortas e, claro, a degustação do café Rigno, além de conhecer mais sobre a história da família produtora de um dos cafés mais premiados do Brasil.
A Cup of Excellence é o principal concurso de qualidade para café do mundo e é realizado pela BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais) em parceria com Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e da “Alliance for Coffee Excellence” (ACE). O requisito para o produtor participar do concurso é que o café seja da espécie Arábica e que tenha sido produzido no território brasileiro. Os lotes pré-selecionados são apresentados a Comissão Julgadora Nacional que, segundo regulamento da ApexBrasil, tem como função: “classificar os diferentes lotes quanto ao tipo, à cor, ao aspecto, à umidade, bem como à qualidade da bebida. Em seguida, os lotes finalistas desta fase e que tenham obtido nota média de 87 pontos ou mais, serão apresentados à Comissão Julgadora Internacional, respeitando o limite de 35 (trinta e cinco) amostras”.
E acrescenta: “A Fase Internacional será realizada em diversos países, por 5 ou 6 grupos de especialistas selecionados pela ACE e pela BSCA. A Comissão Julgadora Internacional decidirá, de acordo do nível de qualidade dos lotes apresentados e da pontuação alcançada de média mínima 87 pontos acima, os vencedores que participarão do leilão Cup of Excellence. Serão considerados ganhadores do Cup of Excellence aqueles que conseguirem nota de 87 pontos acima respeitando o limite máximo de 25 lote.”
Sendo que muitos grãos de Piatã atingem pontuação maior que 90 e, quanto ao leilão, o lote de café mais caro da história de Piatã custou 19 mil reais.
Imersão Pelo Universo do Café em Piatã:
O barista Lucas Campos e seu sócio Felipe Toé perceberam nos turistas que chegavam a Chapada Diamantina o interesse em conhecer mais o processo de produção do café na região e então criaram a CaféTur, agência de turismo voltada ao universo do café. O encontro permite conhecer mais sobre a história do café no Brasil e depois se aprofundar sobre o café de Piatã. O cliente tem uma experiência única em uma fazenda de café a fim de conhecer o manejo, como funciona um cafezal, sua florada – do grão verde ao maduro até a sua torra. Além de entrar em contato e conversar com esses pequenos produtores e degustar o café ao ar livre nas serras de Piatã.
O café de Piatã é um dos principais motores de emprego e renda local. Produzido por agricultores que empenham todo o seu carinho e dedicação a fazer um café de qualidade que merece ganhar cada vez mais destaque e reconhecimento.