Foi de uma psicóloga que divide comigo o acompanhamento de um aluno, que veio a indicação do filme O FAROL DAS ORCAS. É um filme incrível, com uma história incrível, que fala de uma temática incrível (educação inclusiva)
, de uma conexão possível para situações vistas como impossíveis.
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O enredo é baseado em história real, sobre uma criança com TEA (transtorno
do espectro autista). Sem fala, com atitudes repetidas, distante do mundo, marcado fisicamente pela automutilação. Esse era o menino Tristán. Até que um dia, um documentário na TV o desperta. É sobre um biólogo e seu relacionamento com a orcas livres no oceano.
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O garoto se sente inserido, aproxima-se da TV e acaricia a tela provocando uma emoção tocante em quem assiste. Além disso, faz um movimento com os dedos, com a mão espalmada, para indicar sua felicidade. A mãe, testemunha dessa aproximação quase inenarrável e autêntica do mundo real, não mede esforços.
Então, mãe e filho percorrem milhares de quilômetros de Madrid até a Argentina patagônica, para um cenário paradisíaco entre dois faróis, onde lobos-marinhos e orcas vivem alheios à pouca presença humana.
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Os ganhos psicossociais e cognitivos
de Tristán são de uma veracidade tocante e permitem-nos imaginar que, ainda que estejamos distantes das orcas e das praias, consigamos uma possibilidade pedagógica para atingir uma verdadeira inclusão. O que se vê no filme é uma lógica possível, não só para a inclusão de alunos especiais, mas para todos os alunos.
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Educação inclusiva auxiliada pela indústria do entretenimento
- Primeiro: a TV funcionou como exposição livre de conteúdo.
- Segundo: a criança, entre tantos programas que a TV passou, escolheu livremente o que a tocava, o que lhe era verdadeiro.
- Terceiro: em face ao consentimento autêntico do sujeito [a criança] o caminho pedagógico foi criado e aumentado pelos mediadores educativos [o biólogo, a mãe, as pessoas do entorno]. E os avanços [sem querer dar spoiler!] são emocionantes e contundentes.
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Não há preço, especialmente vindo de uma criança – vê-la tornar-se ela mesma, sem interditos de regras estapafúrdias, sem currículos inventados, sem provas desconexas e exames adestradores.
É esse um outro lugar pedagógico.
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