Todas as análises que podermos tentar fazer sobre algo, de qualquer área de atividade do homem, sempre vai estar submetida à influência da tecnologia das comunicações. É impossível frear a evolução tecnológica, por que o processo é naturalmente crescente e intenso, a medida que o tempo passa os resultados ficam cada vez mais volumosos e velozes, mas só furiosos se decidirmos ser vítimas do processo. Ou acompanhamos ou o “trem” vai passar e ficaremos obsoletos.
Aliado a tudo isso que foi dito devemos adicionar a seguinte consideração: percebam que tudo acontece em função dos nossos sentidos. Sim, por que eles são o canal de comunicação entre o meio externo e meio interno, o nosso” processador”, o cérebro. Por que o cérebro é que é responsável por todas as nossas ações e reações, a partir das próprias tomadas de decisão do que resolvemos fazer, e com a ajuda dos nossos sentidos tentar realizar alguma coisa.
Pois bem, à partir desse ponto podemos então já, de imediato, imaginar que o celular, da forma que o conhecemos hoje, não existirá mais. Da mesma forma houve um ensaio há alguns anos atrás sobre o próprio computador, que deixaria de ser aquela caixa enorme em cima da mesa do nosso gabinete de trabalho ou estudo. E o que vemos hoje? Computador em todos os lugares, até na geladeira. Computadores especializados, mas computadores.
E quais são então essas reflexões? Vejamos.
Modularização: essa características já esta sendo implementada pela Google no seu Projeto Ara. O celular deixará de ser um dispositivo monobloco para passar a ter a característica de desmontagem por blocos. Outros exemplos dessa tendência são: o projeto Eco-Mobius da ZTE, e outros como Fairphone 2, PuzzlePhone da PuzzleLab, G5 da LG, Magic Cube da Xiaomi, etc…
Botões: será o fim dos botões em virtude das tecnologias que captam gestos das mãos, e isso também já é possível, mas ainda muito tímida a iniciativa. Acreditamos que isso se deve ao fato das indústrias agirem como uma estratégia de iniciação do usuário, até que se torne um hábito.
Transformer: isso mesmo que você imaginou. Estão pensando em criar um dispositivo, celular? Não sei, mas terá a função de um celular, com um detalhe: poderá assumir uma forma conforme a utilidade. Ir a um cinema poderá se adaptar às orelhas, ir a uma balada poderá se adaptar ao pulso, andar de bike e poderá tomar a forma de aparelho cardiográfico, e por aí vai, conforme nossa imaginação. Isso tem sido iniciado com as telas dobráveis, inclusive em televisores.
Multi-Interface Dinâmica: Cada face do cubo de que é formado o celular poderá ter uma função e poderemos interagir com esta função através de uma interface apropriada. Acredite se quiser, mas desde 2006 isso já vem sendo adotado com o Black Box da Benq-Siemens. Incrível não acham?
Fim das telinhas: o grande problema hoje enfrentado por quem utiliza os tradicionais celulares são as telas pequenas e isso vai acabar, graças a Deus, pois teremos telas projetadas na linha da visão humana e sem atrapalhar o que realmente nos faz seguir em frente. Depois de assumirmos definitivamente a posição ereta, adotaremos um novo hábito: olhar sempre a frente, literalmente.
Wearables: é uma das tendências mais importantes: a tecnologia vestível. O grande gancho é a sua característica de mobilidade total, carregável, com a grande finalidade de monitorar aspectos como nosso nível de atividade, as fases do sono, a frequência cardíaca, a saúde ocular e até os níveis de açúcar no sangue. Os que existem hoje se comunicam com o nosso tradicional celular por bluetooth. Apesar de o celular ser o processador principal dos wearables a tendência é que eles assumam funções cada vez mais específicas e até mais de uma função.
Voz: a indústria percebeu que os jovens pouco falam, mais digitam textos. Por isso vemos avanços significativos na comunicação por voz com os tradicionais celulares como tem sido o Google Now, Cortana, Siri e outros.
Multi-Interação: as possibilidades são muitas nesse campo de interação. Vamos poder interagir com os “celulares” através da visão, através de retorno audível, ou pelo, já utilizado, tato, inclusive pelo paladar ou olfato. E aí, o que você acha, acabou? Claro que não. O Adrian Cheok da Universidade de Londres quer que o seu pensamento comande os “celulares”. É o que se conhece como interação cérebro-computador, que atualmente implica colocar uma série de eletrodos na cabeça.
Inteligência Embarcada: surpreso? Mas o telefone não é inteligente? (smartphone em português é telefone inteligente). Não é, sinto dizer, mas não é. Assim como o computador, o smartphone não é inteligente. Não conhecem nada sobre nós… o Google sabe mais da gente do que o nosso smartphone. Mas estão sendo preparados para fazerem parte da gente, como assistentes permanente e ininterruptos.
Sensores: sensores world wide, ou sensores no mundo todo. Imagine… mas calma, já estamos iniciando esta fase, com a criação das redes 5G, já sendo estimulada por altos investimentos no Japão, principalmente. É o início das cidades inteligentes que poderão analisar dados sobre o comportamento humano em nível agregado e anônimo, dados sobre cidades, países e até continentes inteiros. As possibilidades sobre o Big Data gerado por todas essas oportunidades, principalmente os reflexos sobre a saúde, educação e pesquisa científica para o bem social.
Redefinição da Espécie: vai além da necessidade de nossa própria reforma íntima, mas o que está mais externo, quando expomos nossas habilidades, que se tornaram obsoletas: memorizar um número de telefone é um exemplo disso. Com certeza é inimaginável as consequências dessa transformação. E a nossa capacidade de concentração e memorização, como ficarão? Sem dúvida que já se trata de um custo, por que para tudo existe um custo, uma perda, mas também teremos a melhora de nossa qualidade de vida em nível individual e como grupo de humanos e até nossas relações com os nossos amigos animais, assim como permitir que enfrentemos desafios globais prementes como os grandes cataclismos, e ainda tem o envelhecimento da população ou a prevalência de doenças crônicas.
Portanto aproveitemos a oportunidade que temos nas mãos, os celulares, para melhorar cada vez mais as nossas relações. Não deixemos esse “trem” passar como espectadores, mas como agentes de mudanças positivas.
Veja alguns exemplos dessa tendência multi-forma-função:
Um Comentário
Pingback: Resumo Semanal do Tecno Veste – 4ª Semana de Março. | Tecno Veste
Pingback: Magic Cube: é a Xiaomi na onda dos gadgets modulares | Tecnoveste
Pingback: PuzzlePhone: o smartphone modular que não deixa você quebrar a cabeça | Tecnoveste