Com o surgimento dos novos meios de comunicação, as maneiras com as quais as pessoas têm de se informar vem se diversificando a cada dia. Se, inicialmente, o projeto da internet era de democratizar a mídia, ampliar as plataformas pelas quais vozes podem ser ouvidas, hoje o cenário mais se assemelha a um futuro distópico que faz parte de um projeto global de desinformação.
Quando se fala disso é preciso estabelecer como esse projeto é estruturado e conseguiu se formar ao ponto de decidir eleições dos mais altos cargos executivos de diversas nações. Ele começa se aproveitando da naturalidade com a qual as pessoas se separam em comunidades de pessoas que tendem a concordar umas com as outras. A partir daí, produzir conteúdo e informação se torna uma tarefa extremamente enviesada, que lê os fatos pelo prisma da tendência política.
Como essa informação se torna a peça pela qual pessoas de determinados nichos vão construir sua narrativa dos eventos, histórias contrárias são recebidas com descrédito e desdém e são acusadas de serem produções falsas feitas a partir de um viés ideológico. O fato se torna irrelevante frente à opinião. A polarização só aumenta e faz com o que o extremismo cresça, e com ele discursos impacientes, simplistas e demagogos.
A partir do momento que se criou
esse ciclo, só se acredita no que quer, que vai variar apenas da sua posição. O diálogo torna-se impossível, pois não há real
discussão de ideias, só falas pré-construídas despejadas
um sobre os outros. Então, a ferramenta que foi, uma vez, considerada o marco da dinamização comunicativa é usada como mais uma ferramenta para perpetuar velhos discursos e grupos nos mesmos
centro de poder. Por mais que fatos estejam mais disponíveis, na era da rede social, o que conta é de que lado ideológico o fato parece estar.
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