A série da NETFLIX parece fazer sucesso: Biohackers. Na trama alemã, Mia tenta conquistar a confiança de uma prestigiada pesquisadora da Universidade de Friburgo que no entanto tem um passado de ligação estranha com Mia. Nessa esteira, a história se desenrola em meio universitário com pesquisas biotecnológicas, tendo como justificativa técnica a manipulação do DNA.
O trunfo de mais uma série biotech é um procedimento que recebeu o prêmio Nobel de Química em 2020: a CRISPR- Cas9. A técnica vem sendo chamada de edição de DNA. As laureadas com o prêmio foram as pesquisadoras (sim, mulheres na ciência!!!) Jeniffer Doudna (EUA) e Emanuelle Charpentier (FRANÇA). Doudna recebeu recentemente uma poderosa biografia já traduzida em português (“A decodificadora”).
O que faz a CRISPR-Cas9?
A técnica aplicada pelas pesquisadoras permite “seeking and destroy” no DNA. Assim, o complexo molecular descoberto originariamente em bactérias como uma espécie de sistema imunológico delas, é capaz de localizar qualquer área específica do DNA e retirar sequências podendo além disso introduzir sequências desejáveis. O espantoso da técnica é a eficiência e praticidade. O biógrafo Walter Isaacson (que escreveu o livro “A decodificadora” sobre Doudna) comentou que apesar de não ser da área aprendera operar a técnica em apenas uma tarde no laboratório! Essa tecnologia é uma forma de hackear o DNA, o que pode ser perigoso ao extremo e traz consequentemente diversas polêmicas subjacentes como a produção de seres humanos “perfeitos”.
Enquanto a técnica vive uma moratória ética à espera de uma melhor compreensão dela e legislações que possam regulá-la, há ao menos uma boa notícia para os entusiastas da série da NETFLIX: segunda temporada garantida! Vale a pena conferir!