O processo cinematográfico é uma mecânica que funciona devido a ligação de muitas engrenagens. Uma delas é o roteiro e aqui vamos entender o que faz um roteirista, analisando seus tópicos estruturais.
A preparação de quem escreve
A fase mais lembrada dos roteiros de cinema é aquela que envolve cenas e diálogos dos personagens espalhados entre as páginas que servem de guia durante as ações executadas no Set de Filmagem. Essa é uma pequena parcela dos recursos que são utilizados anteriormente para dar origem ao que observamos em tela posteriormente. Os recursos mais comuns são Logline, Storyline, Sinopse, Argumento e Escaleta.
Logline
A grosso modo, ela é um resumo de uma ou duas linhas, sobre a ideia da história. Em geral, quando realizadores inscrevem filmes em festivais e programas para captação de recursos, esse elemento é fundamental no projeto que é enviado aos avaliadores, pois eles recebem inúmeros trabalhos para analisar e a Logline dá uma noção rápida sobre a ideia do produto.
Storyline
Muitas vezes confundida com a Logline, a Storyline apresenta uma peculiaridade. Enquanto a Logline passa a ideia ou premissa em até duas linhas, a Storyline, além de fazer isso, traz o enredo dividido nos três atos tradicionais da convenção clássico-narrativa.
Essa parte tem um formato com cinco a seis linhas para a sua função, onde as duas primeiras linhas são para resumir o começo (Primeiro Ato), as duas linhas centrais destinam-se ao resumo do desenvolvimento (Segundo Ato) e as linhas finais ficam responsáveis pela conclusão (Terceiro Ato).
Lembrando que a Storyline serve mais para deixar claro os pontos de virada da história, então não apresenta tanta descrição quanto em outras etapas.
Sinopse
Nesse momento, você vai escrever um resumo da sua obra. A versão do enredo apresentada na Storyline, agora vai ser um pouco mais desenvolvida. O passo da sinopse é importante principalmente para entrar em festivais, pois, assim como a Logline, também diz bastante do que você quer contar.
Nela você coloca alguns elementos que julga importante outras pessoas saberem, como por exemplo, ações chaves que direcionam o caminho objetivado, mas sem desenvolvimento extenso.
Argumento
É o texto onde as descrições de personagens e situações devem estar bem colocadas. Depois do Script (Roteiro final), o Argumento é a parte mais longa do processo. A história é contada de forma integral, visando transmitir os mínimos detalhes.
É comum os roteiristas inserir falas e dar um panorama sobre objetos e ambientação. Uma característica marcante da etapa, é a escrita se fazer no modo “presente” o tempo todo, dando a sensação que o enredo acontece no agora, mesmo que trate de ocasiões passadas ou futuras. Ex.: Juliano anda na calçada e vê Maria pela vitrine da loja de roupas.
Escaleta
É basicamente o Argumento dividido em cenas, já buscando a preparação para iniciar o Roteiro Final. As cenas são introduzidas de forma sequencial e geralmente em posição vertical. Não é usual, mas há roteiristas que colocam falas dos personagens nessa fase, com o intuito de buscar algo mais concreto no próximo passo.
O Roteiro (Script)
Chegamos a parte dita como derradeira. O Roteiro é o conjunto da obra e agora vamos para a parte mais técnica, porque com a história concretizada, o filme pode ser produzido com as demandas necessárias. ,
Storyboard
Uma ferramenta mais usada por diretores, vários roteiristas se valem do Storyboard para desenhar em pequenos quadrose ter noção espacial do que vai ser enquadrado pela câmera nas cenas.
Artifícios do Roteirista
Cada roteirista tem seus métodos de trabalho e por isso, quando estão produzindo seu projeto, tem o costume de variar a ordem das etapas assinaladas acima. Muitas vezes eliminam alguns processos, mas todos eles tem o objetivo de entregar a história de um filme.
Escrever é um trabalho árduo e demanda muito estudo e dedicação. Você pode escrever de forma não convencional, mas assim como um bom roteirista, ter empenho leva pessoas à lugares que transcendem a realidade e a ficção.
Por
Juliano Ferreira