Desde o dia 11 de março 2020, data em que a OMS (Organização Mundial de Saúde) considerou as contaminações pelo novo coronavírus (SARS-CoV-19) como pandemia, a procura da vacina é vista como protagonista para o fim do cenário pandêmico.
Engana-se quem considera a vacina como um acontecimento recente e com pouca relevância. O Instituto Butantan desde 1901 produz vacinas e soros para a saúde pública, e então distribuídos de maneira gratuita para todas as localidades do Brasil, fazendo parte do Programa Nacional de Imunização (PNI).
A vacinação é muito importante, principalmente quando falamos em prevenção e erradicação de doenças. Prevenção pois é a forma mais segura de se ter imunidade adquirida sem desenvolver sintomas de determinada doença, ou seja, você entra em contato com o agente causador sem que este lhe cause as terríveis consequências. Assim, futuramente ao ter contato com esta doença, o organismo reconhece o invasor e consegue combatê-lo. Falamos em erradicação quando a prevalência de uma doença chega a zero. A Poliomielite, por exemplo, recebeu o certificado de erradicação no Brasil em 1994, graças às fortes campanhas de vacinação.
A vacina contra a Covid-19 encaixa-se, principalmente, no cenário de prevenção. O Sistema Público de Saúde encontra-se sobrecarregado, não há tratamento ou outras formas de prevenção que se mostre eficaz contra o novo coronavírus. Vacinar a população torna-se a principal maneira em desafogar os hospitais, além, claro, do isolamento social, máscaras e higienização das mãos.
No Brasil, o processo de imunização da Covid-19 começou logo após a aprovação pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do uso emergencial das vacinas CoronaVac (parceria Sinovac e Instituto Butantan) e AstraZeneca (parceria da Universidade de Oxford, AstraZeneca e Fundação Oswaldo Cruz).
A CoronaVac, já está sendo produzida pelo Instituto Butantan, utiliza de uma tecnologia mais tradicional e comum entre as vacinas. O vírus encontra-se inativo em sua fórmula. Nesse caso, em laboratório, o novo coronavírus é exposto a pressões químicas e de altas temperaturas, o que o impede de se reproduzir e causar infecções. Quando o organismo entra em contato com o vírus inativo, gera uma resposta imune, que futuramente, caso exposto ao vírus ativo, a pessoa não adoeça.
A tecnologia utilizada na vacina AstraZeneca/Oxford é chamada de vetor viral não replicante. O adenovírus respiratório, que infecta chimpanzés, é geneticamente modificado para inserir o gene da proteína “Spike” (proteína S) do novo coronavírus. As modificações impossibilitam esse vírus de se replicar em células humanas, mas gera resposta imune contra a Covid-19 e não também não adoece.
Ambas as vacinas possuem sua eficácia comprovada cientificamente. O Instituto Butantan divulga que a CoronaVac possui 50,38% de eficácia geral para todos os tipos de casos de Covid-19 (sintomas mais leves à mais graves). Ou seja, reduz pela metade sua chance de ficar doente. Também foi divulgado que 78% dos que adoecem não necessitam de atendimento médico. A AstraZeneca teve sua eficácia divulgada em 70% para casos graves. Estes valores de eficácia publicados são incomparáveis entre si pois seguem metodologias diferentes, ou seja, critérios diferentes foram usados para definir o que é a Covid-19, os sintomas que o voluntário deveria apresentar e, a exposição ao vírus entre os voluntários dentro de cada pesquisa também não foi a mesma.
A CoronaVac e a AstraZeneca, no momento, irão dividir o protagonismo para desafogar os hospitais do Brasil. Não existe necessidade de escolher entre uma ou outra, ambas as vacinas geram imunidade adquirida contra a Covid-19. Como o cenário pandêmico oscila a todo momento, voltaremos a qualquer instante com mais informações.