Esse mês, vamos conhecer o trabalho do Pesquisador Meykson A. Silva.
Ele fez graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco no Centro Acadêmico de Vitória. Atualmente é doutorando em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco onde analisa o perfil proteico da peçonha de escorpiões do nordeste do Brasil, e os efeitos biológicos e farmacológicos das toxinas destes. Tem como áreas de interesse: Comportamento Animal, Toxinologia, Proteômica, Genotoxicidade e Mutagênese.
Veja como foi nosso bate-papo:
Primeira pergunta: Se apresente e me fale sobre seu trabalho atual?
Resposta de Meykson – “Me chamo Meykson Alexandre da Silva, sou licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE/CAV, fiz mestrado em Ciência Animal Tropical com ênfase em Morfofisiologia e Reprodução nos Trópicos pela Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE e atualmente sou doutorando em Ciências Biológicas com ênfase em Produção, Purificação, Caracterização e Aplicação de Biomoléculas Bioativas e Nanotecnologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Desde o início da graduação me apaixonei pela iniciação científica e queria a todo custo fazer parte de um laboratório de pesquisa, foi aí que consegui oportunidade em dois laboratórios com linhas de pesquisas completamente diferentes, onde iniciei minha trajetória no meio científico e contribuindo para a ciência brasileira com informações bem legais sobre a biologia dos escorpiões, envenenamento, composição da peçonha, assim como informações valiosas sobre genotoxicidade e mutagênese de produtos naturais, venenos e químicos sintéticos na saúde humana e meio ambiente. Atualmente estou empenhado a sair de minha zona de conforto e buscar por “mares mais profundos” e estou caindo de cabeça na proteômica e transcriptômica em escorpiões, um desafio extremamente importante o qual acrescentará muito em minha vida científica.”
Segunda pergunta: O que te fez escolher ser cientista e, especificamente, a sua área de estudo?
Resposta de Meykson – “Eu sempre fui muito curioso desde criança e procurava entender as coisas e como elas funcionavam, tentava consertar meus brinquedos, arrumar a televisão, resgatar as plantas “em processo de quase morte”, observar a natureza e me questionar do porquê o céu era azul e o arco-íris colorido, porque meus olhos eram negros e o das minhas irmãs mais claros, e tantas outras perguntas intrigantes, um curioso nato. Foi aí que me encontrei na obrigação de entender a natureza de uma forma mais minuciosa e o meio acadêmico me proporcionou tudo isso. Minhas áreas de estudos foram ocasionais e surgiram em um momento oportuno e foi extremamente gratificante, gostei tanto do que me foi apresentado que juntei as duas áreas (escorpiões + geno/mutagenicidade) em meu projeto de mestrado, onde vi que a peçonha do escorpião da espécie Tityus stigmurus é capaz de causar danos no DNA das células germinativas de camundongos envenenados.”
Terceira pergunta: Como começou a paixão pelo que você estuda?
Resposta de Meykson – “Tive pouco contato com informações sobre os escorpiões em boa parte da minha vida, infelizmente a desinformação ainda é extremamente forte para estes organismos. Porém, quando comecei estudar estes animais, vi claramente que eles possuem enormes importâncias biotecnológicas e ecológicas. Tive a oportunidade de sofrer uma desmistificação gritante sobre eles, haja visto que o conhecimento prévio sobre estes animais é em sua maioria erróneo em boa parte dos leigos. Foi aí que tive a honra de conhecer e entender que estes animais são essenciais para a natureza e que podem nos trazer benefícios incríveis, apesar de serem passíveis de ocasionar malefícios ao se defenderem.”
Quarta pergunta: Na sua visão, qual o papel dos cientistas na sociedade?
Resposta de Meykson – “A capacidade de nos trazer respostas e informações sobre eventos naturais importantes ou que passam despercebidos aos nossos olhos é o papel mais lindo e gratificante dos cientistas. Saber e entender que o nosso DNA tem a mesma estrutura que o DNA de uma planta e que basicamente as ordens dos nucleotídeos e sua quantidade é o que nos tornam diferentes, é gratificante. É este o principal papel dos cientistas na sociedade, trazer respostas para perguntas que aparentemente são difíceis de responder, é nos dar uma qualidade de vida melhor ao descobrirem que o extrato de uma planta é capaz de dizimar uma colônia de bactérias danosas, é nos confortar ao relatarem e exporem novas descobertas que nos trazem alívio à situações complicadas. A ciência é a base da harmonia social e quem a faz são os dançarinos que se mechem de diversas formas para manter o equilíbrio e trazerem respostas para os enigmas da vida, do conforto e da boa convivência.”
Gostou do nosso bate-papo!
Quer conhecer mais sobre o trabalho do Pesquisador Meykson: Lattes
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