A ideia de realidade virtual (RV) está entre nos desde o início do século passado. Como muitas outras tecnologias, primeiramente surgiu na ficção – “Le Théâtre et son double” de 1938 por Antonin Artraud – para que, posteriormente, fosse integrada a modelos reais possíveis.
Myron Krueger, Ph.D. em Ciência da Computação pela University Wisconsin–Madison, cunhou o termo na década de 1970, mas o termo teve muitas alterações ao longo do tempo. Atualmente a RV é uma tecnologia que permite que o usuário interaja com um sistema computacional por meio de uma interface avançada que recria a um novo mundo para aquele propósito específico.
Diferentemente de uma pintura ou um jogo de computador, ao tentar replicar imagens e sensações – para que um indivíduo sinta sua presença em um novo ambiente complexo, apesar de a realidade espaço-temporal externa continuar existindo -, a RV almeja ampliar o sentimento de presença do usuário, ao ponto que ele posso interagir com aquele ambiente, independentemente do ambiente físico em que se encontra. Uma mundo virtual se cria.
A realidade aumentada (RA) é ainda mais antiga, pois designa a possibilidade de, sem se abstrair do ambiente espaço-temporal presente, se enriquecer a realidade com informações relevantes para aquele momento. São exemplos atuais dessa tecnologia informações proveniente de sensores computacionais, GPS, sons, vídeo e gráficos relacionados ao que se observa através do dispositivo, entretanto há quem argumente que pode ser considerada RA uma transparência – como, por exemplo, a sobreposição visual de uma planta baixa no local onde uma instalação predial será construída.
Em última análise, realidade aumenta é a utilidade que é dada ao objeto a um utensílio para que se aumente a quantidade de informações disponíveis sobre o momento atual, seja ele um aparelho eletrônico ou uma pedra com inscrições rupestres. Não há, portanto, uma extração do indivíduo da sua realidade primária, mas uma adição de informações, em tempo real, à essa realidade.
Ao utilizar o termo “realidade ampliada”, na década de 1990, Tom Caudel – engenheiro aeronáutico na Boeing – criou o ponto de inflexão e de diferenciação dos termos virtual e aumentada. Enquanto a primeira tira do usuário do seu primeiro plano de existência, a segunda quer utilizar esse primeiro plano como base para fornecer mais dados.
O Google Glass pode ser utilizado de várias maneiras, porém o conceito principal é que ele assista o usuário nas suas tarefas diárias para que ele não tenha que se preocupar com os meios tecnológicos necessários para a consecução de suas atividades. Para isso, suas aplicações e aplicativos devem ser simples, relevantes e atuais.
Há basicamente três maneira pelas quais as informações são apresentadas no Glass, por meio de cartões: estáticos, dinâmicos e imersivos. Os cartões são telas de apresentação de conteúdo que mostram aos usuários diferentes arranjos e quantidades de dados. Cada um com o seu propósito, demandará um nível diferente de engajamento do usuário.
Os cartões estáticos apresentam informações curtas e notificações – como por exemplo um aviso de uma reunião. Os cartões dinâmicos solicitam maior atenção do usuário, mas ele não precisa manter-se ligado àquela aplicação o tempo todo para que ela continue funcionando – a exemplo de um cronômetro ligado enquanto respondo uma série de e-mails e posteriormente o retomo para saber quanto tempo gastei com essa atividade. Os cartões imersivos dependem de o usuário estear continuamente interagindo com suas demandas para que eles sejam úteis – como é exemplificado pelo jogo de tênis disponível na Glassware Store (loja de aplicativos para o Google Glass).
Muitas pessoas me perguntam se é lícito ou recomendável utilizar o Google Glass enquanto se dirige um automóvel e a resposta que recebem é que devemos executar as atividades conforme o seu propósito e o nível de relevância que elas têm em nossa vida. Pela importância da atividade, não se deve executá-la simultaneamente com outra atividade, contudo não é exigido olhar só para frente para dirigir em segurança.
Da mesma forma que é possível dirigir e, simultaneamente, conversar com a pessoa ao lado, fumar um cigarro, pedir informações a transeunte, ler informações de letreiros eletrônicos, é possível utilizar o Google Glass enquanto se conduz um automóvel. Licito é tudo o que não é proibido e o Código de Trânsito Brasileiro não proíbe expressamente a utilização de dispositivos de realidade aumentada – sobretudo porque eles tem sido utilizados há anos.
É bom observar, no entanto, que. assim como não se engajar em uma discussão ao celular enquanto se dirige – porque essa situação fará o usuário imergir de tal maneira nessa atividade que poderá diminuir sua capacidade de atenção primária -, não se deve utilizar um treinador físico como o LynxFit ao volante. Nesse sentido, não é porque é possível cortar a unha do pé ao se dirigir que se deva fazer isso.
A última decisão é sempre do usuário e proibir o uso não vai coibi-lo – haja vista a recorrente utilização de aplicativos de mensagem no trânsito brasileiro. Vale pensar se utilizar o Waze não seria mais seguro se não tivéssemos que tirar as mãos do volante para isso.
As tecnologias vestíveis, ou tecno vestes, são o futuro inescapável e estarão cada vez mais integradas ao nosso corpo, por isso é importante que, o quanto antes, nos eduquemos como utilizá-las para que não tenham o efeito contrário – qual seja, de diminuir nossa presença atual em detrimento de uma realidade virtual ou distante do momento presente. É com o intuito de informar que tenho trocado ideia com as pessoas que querem saber mais sobre tecnologia e farei uma apresentação sobre a aplicação das tecno vestes na área médica.
Garanta sua vaga e sugira outros campos de aplicação para a tecno veste.
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