Lançado no dia 25 de dezembro de 2020, Bridgerton é um romance de época baseado na série de livros, os Bridgertons, de Júlia Quinn. A primeira temporada retrata o primeiro livro, chamado “O Duque e Eu”. Os fãs acreditam que a segunda temporada, renovada ontem (21) pela Netflix, será baseada no segundo livro “O Visconde que me amava”. Essa é a primeira parceria entre a Netflix e a Shondaland, produtora da roteirista Shonda Rhimes, criadora de Grey’s Anatomy, Scandal e How to Get Away with Murder.
A série se passa em Londres de 1813, época conhecida como Período Regencial, e conta a vida da corte britânica, em especial das famílias Bridgerton e Featherington. A história começa quando a Daphne (Phoebe Dynevor), a filha mais velha dos Bridgertons, chega na idade de ir aos bailes e tentar arrumar um companheiro. No mesmo momento, Simon (Regé-Jean Page) retorna à Londres para assumir o seu título de Duque de Hastings, após a morte de seu pai. Logo depois de se conhecerem, Daphne e Simon armam um plano: eles decidem fingir que estão se conhecendo melhor, para que as mães das outras debutantes deixem de perturbá-lo, e que Daphne atraia outros pretendentes. À vista disto, surge a Lady Whistledown, uma colunista de fofoca misteriosa, cujo a voz pertence á Julie Andrews, atriz protagonista no filme “A Noviça Rebelde” de 1995. Ela é uma personagem que sabe sobre a vida de toda a corte, porém ninguém sabe quem é ela. Sua opinião impacta a vida de todos.
Durante a temporada são feitas diversas referências à personalidades que viveram na vida real, como por exemplo Jane Austen, autora do romance “Orgulho e Preconceito”. O criador da série, Chris Van Dusen revelou em entrevista ao Los Angeles Times que se inspirou em cenas da série “Orgulho e Preconceito” de 1995 para as cenas mais quentes de Bridgerton.Outra referência óbvia é à “Gossip Girl“, afinal a Lady Whistledown nada mais é que a Garota do Blog(XOXO).
Uma curiosidade interessante sobre Bridgerton é que diversos personagens foram inspirados em figuras que realmente viveram na sociedade inglesa. Na época do Período Regencial, tempo em que se passa a série, o Rei George III estava doente, e não tinha mais condições de governar, e por isso o seu filho, George IV assumiu o trono como príncipe regente. A esposa do Rei George, a Rainha Charlotte, também recebeu muito destaque na época, e ela foi o pontapé inicial para que Bridgerton submetesse todas as outras histórias de época e escalasse um elenco preto de peso, isso porque existe uma grande discussão entre os historiadores desde 1940 sobre a Rainha Charlotte ter sido a primeira rainha mestiça da história da Inglaterra. O Palácio de Buckingham nunca confirmou essa informação. A partir dessa teoria, o criador Chris, contou em entrevista ao site da Shondaland que ao contrário dos livros, em que a maioria dos personagens são descritos como brancos, ele quando descobriu a possibilidade da rainha ser preta, decidiu imaginar como seria o mundo inglês se ela tivesse aproveitado a sua posição social para elevar outras pessoas pretas. Então em Bridgerton, a rainha teria aproveitado a sua posição para dar título às pessoas pretas, e garantir que elas ascendessem a corte.
Ao final, Bridgerton se encerra fechando alguns arcos importantes, deixando algumas pontas soltas lidando com o mistério de forma surpreendente. O equilíbrio entre o romance e o mistério não falta em Bridgerton. É uma narrativa sensual, com personalidades fortes e que nos faz ansiar pela segunda temporada.