Sábio Chaves! Quantas vezes o bordão é repetido por neurocientistas e psicanalistas: “foi sem querer querendo!”. Não há mais dúvidas que tomamos decisão e agimos sem que nossa consciência possa apitar. Vai desculpando, tá? A todo instante está acontecendo. Muito mais que possamos controlar. Estudos recentes apontaram que 95% do nosso comportamento ocorre assim: sem notarmos conscientemente.
A neurociência vem confirmando padrões que não nos damos conta. Posso dar inúmeros exemplos.
Sobre pessoas bonitas e/ou atraentes. Fazemos juízos instantâneos sobre elas sem que sejam definitivamente corretos. Estudos demonstraram que, ao se defrontar com elas, temos a tendência de acreditar rapidamente, quase instintivamente, que elas são mais capazes, mais bondosas e mais honestas. Apenas pela beleza e pelo charme.
Olhos grandes ajudam! Estudos mostraram que campanhas para proteger animais de olhos grandes recebem muito mais recursos que os outros. Quem teve a grande sacada de que olhos grandes atraem mais olhares e mais atenção foi um senhor chamado Walt Disney. Daí, parece estar boa parte da atração por Mickey, Minnie e cia!
Pessoas que demonstram constrangimento, que ficam vermelhas quando envergonhadas, são mais perdoadas, tendem a passarem mais confiança para quem os vê.
E pasmem para a última. Furacões com nomes masculinos tendem a ser menos destrutivos do que os que têm nome feminino. É a cultura (ainda que machista) atuando estruturadamente nas nossas mentes. E não estamos falando de categorias e classificações meteorológicas! Quando o furacão tem nome feminino, é percebido inconscientemente como menos agressivo o que interfere na autoproteção da comunidade.
Sei que se chegou até aqui deve ter muitos questionamentos sobre as informações acima, duvidar delas e até achar que existe algo a ser defendido nas entrelinhas. Sinto decepcioná-los. Nada disso. É ciência testada que vocês podem se deleitar, por exemplo, com a leitura de Robert Sapolsky em seu livro COMPORTE-SE.
Sabemos que agimos para além de nossas vontades. Pode ser duro acreditar. Pode se duro aceitar.
Sábio Chaves!