Sinopse: Um caso de abuso fez com que uma promissora estudante de medicina, deixasse a faculdade, após isso ela passa a se vingar de todos os homens, nos quais praticam o ato que a fez sofrer.
Quem espera um suspense mais convencional na linha de “Doce Vingança”, talvez possa se decepcionar por causa desse título brasileiro, mas se você quiser ver algo diferente e que te faça refletir esse é o filme certo.
De início o filme parece ir por caminhos óbvio, fazendo o público achar que está a frente de toda história, porém quando você menos espera a diretora e roteirista Esmerald Fennel puxa o seu tapete, mais de uma vez, é um jogo psicológico que aposta no lúdico e no humor ácido, no qual nos blinda com um ritmo efervescente.
Em geral são contadas três histórias aqui que são intercaladas, a primeira é um história de vingança mais básica, a outra é mais planejada com um forte teor dramático, com uma mudança de ponto de vista surpreendente e no meio de tudo isso tem um enredo de comédia romântica. Essas quebras de tom são bagunçadas e possuem falhas? Sim, mas as histórias são tão boas que é difícil não gostar.
Carey Mulligan merece todas as indicações que vem recebendo, sendo uma das minhas favoritas para o Óscar, o filme é um palco para ela dar seu show, uma anti-heroína que me fez torcer por ela do começo ao fim, é uma personagem que carrega consigo as cicatrizes do seu passado e mesmo com uma frieza evidente contra seus inimigos, ela consegue demonstrar compaixão e humanidade. Também gostei das atuações de Bo Burnham, Alison Brie e Alfred Molina.
No ato final a nota do filme cai bastante, é um desfecho surpreendente, porém na grande catarse, um pouco de escapismo cairia bem, porém isso não acontece, com isso mesmo tentando oferecer uma certa recompensa na cena final, não é suficiente, deixando uma sensação de frustração.
Bela Vingança cumprindo tudo que promete, mesmo assim faz um relevante crítica a cultura do estupro e contém uma protagonista arrasadora.