Creed: Nascido para lutar é um dos derivados da série de filmes protagonizados por Rocky Balboa (Sylvester Stallone), Creed: Nascido para lutar, consegue um feito que poucas produções almejam. Após presenciarmos vários remakes e spin-offs na história do cinema, esse filme mostrou que repaginar grandes obras pode ser sinônimo de sucesso, e aqui vamos falar sobre seus diferenciais.
A história
Após enfrentar valentões no reformatório juvenil ao qual se encontra, Adonis (Michael B. Jordan) chama a atenção de Mary Anne (Phylicia Rashād), que o procura e faz a proposta para ele morar com ela. Ainda desconfiado da mulher, recebe a informação sobre a existência do seu pai falecido, que por sinal se chamava Apollo Creed. O garoto aceita o convite.
Anos se passam e Adonis está em emprego comum numa grande empresa de contabilidade, com possibilidade de subir de cargo. Dividindo seu tempo entre lutas de boxe noturnas e o trabalho cotidiano, ele decide que tem de focar no que gosta, assim entrando de cabeça no boxe.
Na busca de descobrir quem foi seu pai, de fato, Creed encontra Rocky Balboa, que fica surpreso ao ver o filho de seu falecido amigo. Adonis tem muita vontade de competir nas grandes lutas e quer o Rocky como seu treinador, e após um tempo relutando, o mesmo aceita. Nesse período, Creed acha o amor em Bianca (Tessa Thompson), uma cantora.
Com medo de viver na sombra do pai, Adonis e Rocky preferem deixar a sua identidade anônima enquanto se preparam para a luta arranjada com um lutador pertencente à mesma academia de treino. Ao fim do show, seu sobrenome é revelado, bem como a sua história pregressa e Adonis adquire um peso enorme no seu psicológico.
Assim como o protagonista, Rocky tem de travar batalha pessoal para vencer seus rivais e dar novo sentido à vida. Eles embarcam nos desafios juntos!
O ringue da vida
Muito antes de Creed: Nascido para lutar, foi lançado o filme Rocky: Um lutador, em 1976 . O Roteirista e idealizador da história, também creditado como protagonista, foi nada mais nada menos que Sylvester Stallone. Hoje nós o conhecemos como um dos maiores artistas de longas-metragem de ação, mas ele nem sempre viveu em alto patamar.
Na época que começou a dar vida à história do filme, Stallone estava com dificuldades para achar emprego e isso o levou a passar fome, dormir no seu carro e não conseguir cuidar seu cachorro, ele vendeu o animal por não conseguir fornecer a assistência necessária, e com o valor recebido, investiu em transportes para tentar vender seu roteiro, que estava finalizado.
Era difícil conseguir fazer alguém comprar a sua ideia nos termos estabelecidos por ele. A história era boa e os Produtores se interessavam, mas Sylvester só venderia o Script, caso fosse acordado a sua participação como protagonista do longa e os realizadores não queriam um ator desconhecido, pois atrapalharia a divulgação do filme. Stallone chegou a receber propostas em torno de US$100.000,00 e recusou, por não aceitarem sua principal exigência.
Já cansado de rodar com sua ótima história e ninguém aceitar seus termos, o cineasta caiu em frustração, até que num último esforço, apresentou sua ideia ao renomado Produtor de Hollywood, Robert Chartoff. O Produtor aceitou seus termos e ele estrelaria filme, porém, com o salário bem abaixo do mercado (US$ 30.000.00), dando como justificativa o não conhecimento do retorno em bilheteria, pelo fato do Sylvester ser anônimo ao grande público.
No fim das contas, Rocky foi um sucesso de bilheteria e crítica! Stallone ganhou fama estrondosa e não esqueceu de seu velho amigo. Ele foi atrás do cachorro para pegá-lo de volta, mas o então dono quis negociar um valor, eles acertaram o que foi pedido e o Cineasta recuperou seu amigo. Dali em diante, Sylvester ascendeu exponencialmente no ramo cinematográfico, fazendo as sequências de Rocky e Rambo.
Qual a relação entre Stallone e o filme Creed?
Após fazer o pequeno apanhado histórico acima, vamos entender o papel de Stallone em Creed. O roteiro que ele escreveu para o filme de 1976 é lembrado como um dos que mais seguem a Jornada do Herói, formatada pelo escritor Christopher Vogler. Os 12 passos da estrutura são explorados um por um.
A receita que foi para a tela deu tão certo, que gerou vários filmes posteriores. Pela sua importância a nível mundial, Sylvester se tornou referência direta da franquia que perpassou gerações. Isso se deve não somente ao seu status como ator, mas também sua paternidade para com as obras. Sua luta pessoal fez com que criasse algo extremamente relevante.
Desse modo, observamos em Creed, a sequência de uma ideologia com trabalhos iniciados em 1976. A linha da Jornada do Herói é praticamente a mesma no modo como o protagonista enfrenta seus desafios pela vida. Ele leva pancadas, mas as forças se regeneram e o tornam mais forte.
Falando do filme
O ponto alto de Creed é visto pelo espetáculo da montagem feita com a câmera em parceria com a trilha sonora. Em se tratando de um longa feito 40 anos depois do primeiro da saga, é perceptível a utilização massiva da tecnologia fornecida no momento da realização. O elenco tem uma química sensacional e cria empatia descomunal com o espectador.
Creed: Nascido para lutar é importante, pois trata de histórias palpáveis e personagens reais. O criador viveu sua luta e converteu isso em filme. Esse é um dos exemplos mais marcantes que comprovam a força do cinema na vida das pessoas!
Por
Juliano Ferreira