Luzes da cidade é um longa-metragem da imensa série de filmes idealizados e feitos por Charlie Chaplin. Este filme tem uma história extremamente rica e impacto cinematográfico, então vamos falar sobre ele.
O enredo
Carlitos, envolvido em perseguição por encrenca, acaba correndo pela cidade e em uma das ruas tem contato com uma florista e sua pequena banca de flores. Ela quer vender uma flor e nosso protagonista começa a interagir com a moça, ao passo que ele descobre a cegueira da mesma. Durante a conversa, um ricaço para seu carro de luxo em frente à banca e bate a porta do veículo, fazendo a moça achar que Carlitos foi embora. Percebendo o achismo da florista, ele vai embora de fato, sem corrigi-la e muito encantado por ela.
O personagem principal vai refletir sobre a mulher, na beira de um rio, mas seu pensamento logo muda de foco, quando um homem bêbado está planejando suicídio por afogamento. Carlitos sem pensar muito, convence o rapaz a não concretizar tal ato, pois a vida tem bastante coisa pela frente. O homem acredita no protagonista e passa a considerá-lo como grande amigo, revelando sua posição social, se mostrando bem rico.
Os dois vão comemorar a vida na casa do milionário e em seguida numa danceteria chique. No dia seguinte o protagonista, saindo da casa do rico, vê a florista passando na calçada. Ele pega dinheiro com seu novo amigo e compra todas as flores dela, em seguida, a leva para casa.
Um tempo passa, o rico fica sóbrio e não se lembra da amizade com Carlitos. O nosso protagonista fica sabendo que sua amada está doente e sem trabalhar e isto se torna um grande problema, pois o aluguel dela está atrasado. Carlitos vai em busca de conseguir dinheiro e entra nas suas aventuras absurdas.
A estrutura
Participando da categoria de filmes mudos, Luzes da cidade explora bem a trilha sonora, com momentos cômicos onde personagens fazem discursos e suas palavras saem em formas de grunhidos. Há uma cena sensacional, onde tem a gag com um apito, que traz seu som para substituir o barulho de tosses e soluços.
Os enquadramentos de câmera respeitam a convenção estabelecida pela época, priorizando planos gerais em boa parte do filme, com exceção de pouquíssimos planos fechados e detalhes. Tal padrão, reforça uma atuação voltada para a pantomima (poucas palavras e muito gestual corporal), que em planos gerais se torna importante para o entendimento do público acerca da situação vigente.
A Direção de Arte busca ambientar a história em uma cidade grande fictícia de 1931, então mergulha em elementos como conjuntos de prédios, casas de milionários, moradias mais pobres, trânsito intenso de carros, etc.
Vale a pena assistir?
Eu diria que se você é um/a cinéfilo/a apaixonado/a, esse é um dos títulos que deve entrar na sua lista, pois além de ter sido feito por nada mais, nada menos que Charlie Chaplin, apresenta qualidade técnica inigualável.
É um filme que traz temas pertinentes, como deficiência visual, alcoolismo e amizades superficiais. O jeito como são abordados no longa, mostra como seu criador (Chaplin) era sensível em suas realizações.
O filme todo é genial, mas a cereja do bolo está na última cena, que com certeza entra para o hall das mais emocionantes e bem montadas da história do cinema.
Então, sim! Vale muito a pena assistir!
Por
Juliano Ferreira