A Conecturma é metodologia de aprendizagem das matérias do ensino de crianças de 3 a 11 anos de idade que integra tecnologia a elementos didáticos tradicionais. Através da sua plataforma digital e de mecanismos de gamificação é possível aprender português, matemática e habilidades sócio-emocionais através de realidade virtual, músicas, desenhos animados e outros recursos lúdicos.
Fundada por Rafael Parente, sua empresa-mãe, Aondê Educacional, foi capaz de introduzir sua metodologia de ensino em mais de 35 escolas de 7 redes de ensino diferentes. Com a validação de mais de 4 mil alunos e mensuração de resultados efetivos, a startup foi capaz de receber investimento de R$4 milhões da A Vox Capital.
Histórico Acadêmico
A experiência de Rafael para construir a Aondê veio de anos de trabalho dentro da sala de aula. Sua primeira empresa foi o CLIC (Centro de Línguas e Informática do Candanguinho) em Brasília, quando ainda tinha 21 anos de idade. Conciliou sua vida empreendedora com os estudos acadêmicos e durante os cursos de mestrado e de doutorado aproveitou para se dedicar ao embasamento teórico das suas ideias à respeito da educação.
Sempre fui de “inventar moda”, como diz minha mãe e empreendi desde muito cedo, em todos os lugares. Sempre fui muito questionador, querendo saber por que as coisas são do jeito que são, criativo e cheio de vontade de fazer melhor.
Com o título de PhD em educação pela na Universidade de Nova York, voltou ao Brasil e começou a planejar a criação de uma startup de educação com um grupo de amigos, mas convocado por Claudia Costin para ser subsecretário de educação do município do Rio de Janeiro. No governo, com a ajuda de alunos, professores, diretores e familiares, criou ferramentas, programas e políticas inovadoras como a Educopédia (primeira plataforma brasileira pública de aulas digitais) e o GENTE (novo modelo de escola na Rocinha).
Um dos projetos que mais fez sucesso no Rio de Janeiro foi o Pé de Vento, cujo objetivo era fazer com que o processo de alfabetização e letramento matemático inicial fosse muito mais interessante e motivador para os alunos. Através de conversas com as alfabetizadoras e outros colaboradores da rede de ensino da cidade surgiu, após anos de trabalho e análise, uma metodologia mais completa, utilizando todo o conhecimento agregado com a experiência nas escolas públicas.
A estado atual da Educação
Caso uma mudança não aconteça, continuaremos tendo escolas e universidades desinteressantes e que não conseguem motivar, gerar atenção, concentração ou aprendizagem.
A Startup e Investimento de Capital de Risco
Para nós, foi importante ter esse processo de namoro, de conhecer as pessoas da Vox, sua metodologia, saber que participariam da vida da empresa e nos ajudariam a enfrentar nossos maiores desafios ao invés de apenas fazer o investimento e sumir. Do lado deles, eles também foram nos conhecendo e fazendo suas reivindicações.
Junto com os investidores, passou por oficinas e reuniões que ajudaram amadurecer o negócio e a sua posição como CEO. Após passar por um período de coaching, Rafael foi levado a escolher entre continuar trabalhando na Aondê em detrimento do LABi, por conta da quantidade de compromissos que se avolumavam, mesmo com a ajuda que recede de 40 colaborares, sendo 8 em tempo parcial e apenas 3 pessoas em tempo integral.
Projeto Pedagógico e de Ensino
Para ir mais afundo no negócio da Conecturma e da Aonde, preparamos uma entrevista exclusiva com o fundador e CEO da startup que está revolucionando o ensino no Brasil através da tecnologia. Confira suas respostas abaixo.
Compreender as necessidades e realidades de outras áreas é fundamental e não acho que seja apenas para empresas pequenas. O isolamento em áreas de conhecimento e de trabalho muito compartimentalizadas acaba fazendo com que cada profissional não se comprometa com o produto final e não enxergue que todos são fundamentais para que o resultado do nosso trabalho seja o melhor possível. É uma tendência do ser humano achar que é mais importante e que trabalha mais do que o outro e briguinhas egoicas são frequentes na maioria das equipes. Quando todos passam a fazer parte de uma rotina de trocas e de necessidade de compreender a rotina do outro, conseguimos mudar um pouco isso.
Qual foi o ponto de partida do ponto de vista pedagógico para criação do conteúdo da Conecturma?
Do ponto de vista pedagógico, o ponto de partida foi a certeza de que não estamos utilizando as melhores estratégias, nem em nossas melhores escolas. Os resultados do PISA mostram que os alunos brasileiros que se encontram entre os 25% mais ricos da população não conseguem chegar à nota média dos alunos de outros países da OCDE. Em outras palavras, os alunos de nossas melhores escolas não aprendem nem o que um aluno médio dos outros países aprendem. Somos um fracasso educacional e não acreditamos que a formação dos professores conta a história toda. É claro que é um componente fundamental, mas as ferramentas, metodologias e rotinas também são super importantes. Então, resolvemos fazer uma pesquisa bastante grande para compreender quais seriam essas ferramentas, metodologias e rotinas utilizadas em outros países. Como esperado, vimos que boa parte do que utilizamos em nossas escolas é obsoleto. Não faz sentido continuar falando na frente e escrevendo no quadro, por exemplo.