A Remedin é uma plataforma para compras em farmácias de bairro que opera integrado aos estoques e em tempo real, permite a rastreabilidade do remédio na região do paciente, compara preços e processa a compra e monitora a entrega do pedido, tudo de forma rápida, prática e segura. O iFood das farmácias!
Fundadores
- Claudia Amaral – 51 anos, mãe, gateira, amante de artesanato, culinária, fotografia e viajante inveterada. Analista de Comércio Exterior, atuou por mais de 20 anos junto aos C-Level de pequenas e médias empresas de infraestrutura portuária e rodoviária. Atualmente, CEO da Remedin, sócia e CFO da Agência 4Tuna de Transformação e Marketing Digital, idealizadora e líder do Coletivo de Mulheres Fazedeiras, focado no desenvolvimento e valorização do potencial e protagonismo da mulher da favela, vice presidente da ABSS – Associação Brasileira de Startups de Saúde, vem se destacando como uma liderança no ecossistema de inovação no RJ, atuando ainda como Mentora de Negócios e associada da ABMEN e palestrante sobre inovação e empreendedorismo;
- Gabriel Ramos – 23 anos, gamer, solteiro super comprometido, técnico em eletrônica formado pela FAETEC, desenvolvedor fullstack autodidata, estagiou em FURNAS Centrais Elétricas e na Agência 4Tuna, cursou dois anos de Sistema da Informação pela UNESA, estudante de Bacharelado em Física pela UFF (em andamento), sócio fundador e membro da equipe de desenvolvimento da Remedin;
- Fernando Rodrigues – 55 anos, Cursou História, entusiasta a contador de histórias, é fotógrafo profissional e funcionário de uma estatal de transporte urbano há 34 anos, atua há mais de 10 anos como Fotógrafo do setor de Comunicação dessa Empresa, sócio fundador da Remedin e vem atuando como CMO;
- Victor Gaudio – 38 anos, tricolor de coração e pai de um casal lindo, não troca o samba por rock nem vice versa, adora yoga de manhã na natureza, papo com amigos até altas horas da madrugada e outras contradições mais. Estudou Sistema da Informação e é entusiasta em tecnologia no geral, desde o cenário geek aos códigos do Kernel do Linux às maneiras de utilizar os algoritmos de redes sociais para performar bem qualquer campanha de marketing. Fundou a agência 4tuna com mais 3 amigos e seu pai em 2013, à qual se dedica até hoje transformando negócios tradicionais em negócios inovadores com uso 110% de tecnologia (claro) ao lado de uma equipe sem igual. Sócio e COO da Remedin, onde atuou como CTO até dois meses atrás, quando passou o bastão para um dos desenvolvedores que muito vem se destacando dentro da equipe.
Entrevista
Como a startup surgiu? Poderia contar um pouco sobre a história da empresa?
Remedin nasceu de uma dor pessoal minha (Claudia Amaral), quando tive uma forte crise de asma numa madrugada de sábado em um local que eu não conhecia e foi uma enorme dificuldade comprar o remédio naquele horário e receber em casa. Então resolvi pesquisar porque, com tanta tecnologia disponível, ainda era tão difícil fazer compras em farmácias, mesmo com uma farmácia em cada esquina! Passei meses estudando o varejo farmacêutico e vi ali uma excelente oportunidade de negócio. E, com base nesses estudos, pude compreender que havia um verdadeiro abismo entre as grandes redes e as farmácias de bairro, que ainda hoje operam praticamente 100% offline. Decidimos, então, focar nesse nicho de mercado!
Quais foram os obstáculos enfrentados desde sua criação? O que fizeram para superá-los?
Os maiores obstáculos foram a falta de parâmetros em relação à nossa solução. Embora, ainda em 2017, o e-commerce já fosse uma forte realidade entre as grandes e em franco crescimento, nossas únicas referências eram o iFood e o Rappi, que ainda estavam começando a se consolidar. Tivemos que desbravar sozinho o matagal dos apps de farmácia, pois a única referência que tínhamos era o Farmaki, que já estava fora de operação justamente pq, assim como o tablet gigante do Bill Gates nos anos 2000, ainda não estava no timing de mercado. Foi um trabalho hercúleo, tivemos que refazer diversas vezes algumas rotas do projeto, mas os dois detalhes mais importantes foram: mergulhamos literalmente dentro de uma farmácia pequena pra entender todo o seu fluxo interno e a realidade desse tipo de estabelecimento. Além disso, somos uma equipe que trabalha embasada em muita pesquisa, todos têm participação ativa na proposição das funcionalidades e estratégias de funcionamento e, principalmente, todos os passos foram dados 100% com feedback dos nossos clientes, tanto farmácia quanto usuários do App.
Como participar de programa de aceleração trouxe benefícios às startup?
Sim! Em janeiro de 2019, fomos incubados no Wework Labs, situado no Wework Carioca, Centro do RJ. Em abril de 2019, fomos selecionados para receber uma consultoria gratuita sobre nosso modelo de negócio dos alunos do MBA da Universidade de Southampton, na Inglaterra, com uma semana de imersão desses alunos aqui no Rio. Em maio de 2019, iniciamos a nossa participação na primeira edição do Programa de Aceleração BNDES Garagem, tendo sido uma das 79 startups selecionadas entre mais de 5000 projetos inscritos, sendo ainda uma das 10 startups de maior destaque no programa, sendo selecionada para o Demoday, que ocorreu em Out/2019 no Teatro do BNDES.
Atualmente a Remedin está participando do programa InovAtiva Brasil 2020.2, realizado Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e
Competitividade do Ministério da Economia e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com execução da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI). A experiência com o InovAtiva nos trouxe importantes insights sobre nosso posicionamento no mercado e nos conduziu a uma mudança no nosso modelo de negócio, que está ocorrendo no presente momento e está previsto pra ser aplicada em janeiro próximo.
Como a startup foi afetada pela pandemia do Covid-19?
Sim! Embora estejamos trabalhando no projeto desde 2019, justamente pela falta de parâmetros e pelas várias idas e vindas em busca do melhor caminho para que a solução atendesse ao timing e comportamento do mercado, o lançamento da versão oficial do Remedin ocorreu em janeiro deste ano apenas, quando fomos surpreendidos com a pandemia da COVID pouco mais de um mês depois. Tínhamos um investidor Anjo, que vinha aportando mensalmente, o qual suspendeu os aportes imediatamente após o carnaval, e vínhamos, paralelamente, negociando uma segunda rodada de investimento com um outro investidor, que também desistiu da negociação no mesmo período.
Por outro lado, tivemos um ganho de produtividade e um desempenho da equipe muito superiores ao que esperávamos, permitindo que fizéssemos ajustes estratégicos na nossa tecnologia, e também fomos surpreendidos com um aumento súbito de demanda espontânea pelo app. Decidimos, estrategicamente, aproveitar esse aumento de demanda para ganhar autoridade e aumentar a nossa base de clientes, decidimos, por 30 dias, reverter a receita, que não era muita, para a compra de máscaras de segurança, que foram doadas a profissionais de saúde de duas US do Complexo da Maré, em parceria com a startup iBench, e, após essa ação, decidimos suspender as cobranças e focar na consolidação da nossa base de clientes e na reformulação da nossa estratégia de mkt e comercial, que serão adotadas a partir de jan/2021.
Qual é o estágio atual de desenvolvimento de vocês?
Atualmente a Remedin possui uma base de 20 farmácias cadastradas, sendo 5 delas totalmente integradas ao nosso sistema, o que nos permite operar as compras pelo aplicativo com os estoques das farmácias atualizados e com os preços praticados em tempo real, e essa base de farmácias nos permite atender a mais de 40 bairros da região Metropolitana do RJ.
Também já estamos analisando o comportamento do App na região de Itapuã, Bahia, onde já temos uma farmácia cadastrada e totalmente integrada, que atende a cerca de 10 bairros vizinhos, o qual foi o nosso primeiro exercício para testar nossa capacidade de expansão, uma vez que todo o processo de contratação e implantação dessa farmácia foi 100% online!
E os nossos cases de sucesso são os diversos feedbacks de clientes que, nas suas emergências com compras de remédios, foram atendidos de forma rápida, prática e segura, alguns desses depoimentos disponíveis da Remedin disponíveis aqui e aqui.
Qual é a expectativa para o futuro da startup?
Temos planos grandiosos e ousados para a Remedin e acreditamos que o momento atual é 100% propício para começarmos a colocar o esse plano em prática. Nascemos com o propósito de promover a transformação digital das farmácias de bairro, que são maioria em número de lojas e as que estão presentes nas regiões mais remotas e periféricas do país, estados e municípios, levando até elas tecnologia e inteligência acessíveis para que elas ganhem competitividade e se tornem pontos de atenção primária à saúde. O modelo atual da saúde no Brasil não se sustenta mais e já há diversas soluções inovadoras para que essa mudança aconteça. E a COVID-19 foi a “tempestade perfeita” para começar a tornar essa mudança realidade. Mas, para isso, não podemos continuar a olhar para as farmácias como meros pontos comerciais e transacionais. Nossa proposta é resgatar o modelo antigo, onde as farmácias eram pontos de atenção primária, mas com uso de tecnologia. Acontece muita coisa no balcão de uma farmácia que o sistema de saúde desconhece, e alguém precisa “medir isso”. Precisávamos entrar nessas farmácias de alguma forma e decidimos pela forma mais habitual de contato entre o paciente e a farmácia: a compra de medicamentos/automedicação. Desenvolvemos então um aplicativo permite o acesso a esse fluxo de informações!
A Remedin tem um localizador de farmácias que funciona em todo Brasil, uma interface para compras que está em operação na região metropolitana do Rio, um chat para contato entre o paciente e o farmacêutico, um sistema de gestão de vendas para as farmácias e um integrador com sistemas das farmácias (somos a única solução que temos conhecimento que opera integrada ao sistema das farmácias, um dos gargalos do setor).
Nosso foco inicial é a transformação digital das farmácias independentes, permitindo que elas ganhem competitividade, reciclem os seus processos de gestão e ressignifiquem a sua importância como pontos de conexão com a comunidade local, transformando-se em “agentes” de atenção básica à saúde, especialmente em regiões fora de regiões metropolitanas. Entretanto, o nosso propósito maior é integrar com outras health techs para compor a jornada completa do paciente, visando eliminar o enorme gargalo na atenção primária à saúde e tendo como ponto de partida as compras em farmácias relacionadas à automedicação, um hábito de 77% dos brasileiros.