A conexão de aparelhos eletrônicos – mais essenciais aos mundanos – à internet é vista como uma efemeridade tecnológica por aqueles que não estão atentos às transformações do nosso tempo. Saber utilizar a tecnologia, não como um fim em si mesma, mas como um meio para um estilo de mais vida produtivo, acessível e sustentável é o que fazem as mentes mais brilhantes da nossa época.
Uma dessas pessoas é Thelma Troise, uma tecnologista e empreendedora que, há 20 anos, trabalha com negócios emergentes e atua tanto na implantação de projetos disruptivos quanto na área de educação. Além de ser CEO do Tudo Sobre IoT, ela é diretora comercial da Parlacom. Ella é apaixonada pelos resultados que a Internet das Coisas entrega tornando o mundo mais inteligente e sustentável. A sua missão é encorajar empresas e profissionais da área a tornar o impossível possível.
O que significa IOT e quais são as possibilidades que se abrem nessa área?
Internet das Coisas é uma combinação de tecnologias da eletrônica com telecomunicações que permite a integração do mundo físico com o digital dando vida as “coisas” através do sensoriamento e eliminando barreiras geográficas de comunicação através do acesso remoto ao acessarmos, monitorarmos e controlarmos estas “coisas” através da Internet.
Para compreender o salto das possibilidades é só refletirmos o que representou a Internet para pessoas permitindo que hoje possamos acompanhar tudo que acontece em outros países e com pessoas mesmo que estas estejam a quilômetros de distâncias – foi uma revolução com 2,7 bilhões de pessoas conectadas a Internet e você pode imaginar a revolução com 50 bilhões de coisas conectadas em rede? É uma nova era de novas possibilidades, descobertas e hábitos.
Quando me refiro a dar vida as coisas, você pode pensar “as coisas não falam, como isso acontece?” A linguagem das coisas pode ser facilmente compreendida quando comparamos nossa comunicação com os bebês, eles também não falam, mas a umidade (suor) e a variação de temperatura (febre) são uns dos exemplos de fala oculta que entrega dados permitindo sabermos o que está acontecendo com aquele bebê, mesmo sem ele falar. Então por que temos que jorrar água em toda a plantação, se podemos ser precisos ao ter acesso a umidade e tratar com mais precisão o que cada área da plantação precisa garantindo uma produção de mais qualidade e evitando desperdícios desnecessários?
A IoT afeta as pessoas, todos os setores – sem exceção. O limite das possibilidades é nossa criatividade.
Quando você vislumbrou a possibilidade de trabalhar nessa área e porque compartilha seus conhecimentos online?
Na verdade, não foi algo que pensei ou planejei, foi uma consequência quando em 2016 começou a ser corriqueiro amigos, colegas de trabalho e parceiros de negócios me abordarem questionando sobre o que era o Internet das Coisas e pensavam em mim pois eu era a referência deles sobre assunto, afinal, comecei a trabalhar com o M2M (machine-to-machine) desde o início das redes de telecomunicações móvel em 2.000.
Diante disso, resolvi assumir o compromisso de potencializar as oportunidades da Internet das Coisas para tornar o país com uma referência no assunto e desde então reúno a vivência de uma centena de especialistas em metodologia compreensível, qualificada e acessível com os programas do Tudo Sobre IoT.
Quais são as soluções de iot que vocês mais trabalham na atualidade e quem é o tipo de cliente que as procura?
Os setores mais maduros hoje são Rastreamento & Logística, Utilidades (energia, água e gás) e Industria (manufatura). O Agronegócio, Varejo, Cidades Inteligentes, Financeiro e Saúde também estão em plena ascensão. O Tudo Sobre IoT entrega serviços de educação, negócios e networking – atendemos um público amplo, as empresas que nós procuramos são as envolvidas com tecnologias e o público de profissionais são engenheiros, profissionais de IT e Telecom, Advogados (segurança legal e cibernética caminham juntos), Consultores da Transformação Digital, Empresários, Cientista de Dados, Pesquisadores, Mestres e professores etc.
Qual é a sua opinião sobre as tecnologias vestiveis e como elas podem mudar a forma como nos comunicamos com a tecnologia como um todo?
As tecnologias vestíveis ganharam destaque neste ano com a popularização do Metaverso e a IoT vestível é o que vai permitir as novas experiências – não há Metaversos sem o IoT, estes periféricos são essenciais para a realidade dos novos mundos virtuais – a exemplo dos óculos de realidade mista (AR/VR).
Quando vamos para o mundo de esportes, temos um público de usuários bem estabelecidos, os atletas! A roupa conectada que acompanha um software funciona como base de dados que guarda as informações colhidas por GPS de cada jogador. O aplicativo pega as informações e transforma em gráficos e planilhas que podem ter diversos fins como: analisar a velocidade dos jogadores, qual jogador percorreu maior ou menor distância, “explosão” de arranque, desaceleração, frequência cardíaca do atleta, calcular impactos entre os atletas etc.
Podemos também considerar a peça conectada como um passaporte, imagine se seus sapatos pudessem te colocar em um clube ou evento de forma automática, ao entrar com um acessório da marca conectado as portas se abrem.
Para saúde os vestíveis vão transformar o setor, temos a possibilidade de precisão para tratar as doenças crónicas como diabetes e pressão alta – podendo de forma remota coletar dados reais de variação do paciente de acordo com a sua rotina do dia a dia e tratá-lo de forma preditiva.