Em 1975, um jovem diretor de nome Steven e sobrenome Spielberg criava uma reviravolta no cinema mundial: o filme Tubarão. A história que era dúvida para muitos virou uma certeza muito real no mundo inteiro: um fenômeno de bilheteria. Aos olhos de hoje, o filme parece para muitos tosco, simplório e sustentado por um roteiro simples, sem nenhuma centelha que justificasse tamanho sucesso. Não foi o que aconteceu. Houve uma comoção principalmente nos Estados Unidos e trata-se de um marco de sucesso. O segredo do sucesso parece estar no fato de que Tubarão mexia com áreas do cérebro nunca antes movimentadas frente à telona; medo e apreensão em níveis absurdos, alimentados pela trilha sonora inesquecível.
Tubarões assustam no imaginário de todos até hoje. Mas parece que a fama dos tubarões oscila entre o desejo de matá-los e o descaso excessivo. A maioria das espécies de tubarões não atacam humanos e nenhuma delas identifica o ser humano como uma presa prevista. Mas isso não significa que eles sejam inofensivos; muito pelo contrário. Existem cerca de 375 espécies de tubarões no mundo sendo que 80 delas ocorrem no Brasil. Cerca de 30 espécies no mundo têm episódios de ataque a seres humanos, sendo que no Brasil são encontradas quatro das cinco mais perigosas: o galha-preta, o branco, o tigre e o cabeça-chata. É preciso respeitá-las.
No mês passado, um homem perdeu a vida na praia de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes (PE). Segundo testemunhas, mesmo avisado o perigo, o homem se colocou mar a dentro e foi atacado. Ele acabou perdendo a mão e tendo um grande corte na coxa. Não resistiu aos sangramentos e teve uma parada cardíaca. Só em Pernambuco, são 26 mortes desde 1992. O agressivo tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) é apontado como o principal responsável pelos ataques a banhistas em praias da região juntamente com outra espécie tida como feroz e agressiva: o cabeça-chata (Carcharhinus leucas).
Todo cuidado e todo respeito são importantes quando o assunto é tubarão. São muitos deles animais perigosos e precisamos manter essa cautela para que a vida, neste caso, não imite a arte de Spielberg.