Vale do Silício (Silicon Valley ¹ ²) – termo criado e popularizado por Ralph Vaerst e Don Hoefler, respectivamente – é o apelido da região ao Sul da Bahia de São Francisco, na Califórnia, onde, desde a década de 1970, há uma concentração de corporações que atuam no setor de alta tecnologia e, mais recentemente, uma grande quantidade de startups* . O silício – um componente abundante na natureza e muito utilizado para a manufatura de transistores, microchips e semicondutores de computadores – é um ícone das empresas de tecnologia, que em seus primórdios concentravam-se na manufatura de hardware.
Atualmente, as maiores e mais inovadoras empresas de tecnologia dependem menos do silício do que da internet para o seu sucesso e, graças à infraestrutura criada pelo Estado e pelo ecossistema cultivado ao longo dos anos, jovens de diversas formações acadêmicas e todas as partes do mundo dirigem-se ao Vale do Silício quando têm uma ideia de uma empresa que pode mudar o mundo. Tanto as tradicionais IBM e HP, quanto as juvenis Facebook e Snapchat tem sua sede na região mais efervescente do planeta para empresas nascentes de tecnologia.
Geograficamente a região apresenta-se entre os municípios de Mountain View, Palo Alto, San Jose, Santa Clara, Sunnyvale, Campbell, Cupertino, Gilroy, Los Altos, Los Altos Hills, Los Gatos, Milpitas, Monte Sereno, Morgan Hill, Saratoga – em cerca de 3.00 km² -; e economicamente, apesar de desigualdade de gênero e da gentrificação, em 2014, nesta região foram criados 58.000 novos postos de trabalho, foram investidos 14,5 em capital de risco, das 275 empresas que fizeram IPO (Initial Public Offerings) 23 eram de lá, 40% das patentes relacionadas a tecnologia da informação e 24 da área de comunicações dos EUA, a renda média anual é quase o dobro da renda média nacional de USD $ 61.489.
Essas empresas são beneficiadas pela retroalimentação do sistema que permite que novos talentos sejam atraídos e setores de apoio nasçam ou criem suas suas filiais na região – como escritórios de advocacia, fundos de investimento e universidades. Com uma população de 3 milhões de pessoas, representa um expoente do espírito empreendedor não só no âmbito americano como mundial, atualmente só rivalizado pela região do Silicon Alley, que fica na região metropolitana da cidade de Nova Iorque.
O modelo tenta ser replicado em outras partes do mundo, mas, por ser fruto de também de uma mentalidade propícia ao empreendedorismo e não aversa ao risco, poucas regiões no mundo tem conseguido reproduzir resultados tão prolíficos quanto o original. Na América Latina a região que mais se aproxima ao potencial do Vale do Silício é o Techs Mex e, no Brasil, o polígono criado pela região metropolitana da cidade de São Paulo, os polos tecnológicos do interior do estado de São Paulo e as cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
O tradicional desenvolvimento das região sudeste, contudo, não inviabilizou a criação de polos regionais no nordeste e no centro-oeste. O Startup Plateau é a metonímia que se refere ao polo empreendedor compreendida pela modernização da antiga Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE), que inclui universidades, associações, escritórios de coworking, incubadoras e fundos de investimento que dão apoio a startups brasileiras criadas na região.
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*empresas jovens que se qualificam pelo seu modelo de negócios enxuto e com grande possibilidade de ganhos de escala (“escalabilidade”).
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