Uma frase sobre o Vale do Silício:
“Falhar é uma opção aqui. Se as coisas não estão dando errado, você não está inovando o suficiente” – Elon Musk, o Tony Stark da vida real.
Pensando aqui sobre os brasileiros que estão indo ao Vale do Silício, dentre eles alguns são conhecidos publicamente, outros são próximos da gente. Pois é, convivendo com os frequentadores dos lugares de encontro, bares feitos para nerds e outros lugares do tipo, onde podemos perceber a animação na troca de ideias, no fluxo da conversa fácil e animada, é fácil concluir que o Vale do Silício pode estar fadado a ser eternamente o top do poder de produção de ideias tecnológicas. Mas… Bem, não é exatamente assim.
Em parte, é verdade, o Vale tem melhorado o seu recorde de empresas produtoras de inovação, e estão superando as demais, em outros lugares do mundo. O Uber é um exemplo indiscutível da mais rápida globalização já vista no mundo. Levantar investimentos de 1 bilhão de dólares para uma ideia com grande potencial de viralizar no mundo tornou-se rotina nos Estados Unidos.
Isso não é de impressionar mais a ninguém, o mundo já percebeu e está levando a sério as implicações mais amplas de juntar ideia revolucionária com dominação econômica pelas tecnologias mais quentes, de ponta. Ninguém mais duvida que o que acontece no Vale do Silício é visto e acompanhado pelo mundo inteiro, e visto como um centro de importância empresarial que ainda possui potencial de mudar o mundo, com capacidade de se manter ainda por um bom tempo, em que dificilmente terá igual em outro lugar.
Entretanto, o orgulho e a vaidade provocam quedas, inicialmente de atenção. Os olhares do mundo para o Vale do Silício provoca o surgimento de alguma incrível inovação empresarial em algum lugar improvável. É possível, talvez mesmo provável, que alguns dos próximos avanços tecnológicos está surgindo, está acontecendo agora. Não no Vale do Silício.
Steve Jobs Lives in Pakistan – Steve Jobs vive no Paquistão:
Essa é a mensagem de um novo livro fantástico, “From The Other Side of the World”, que conta as histórias de empreendedores inovadores em sete países, México, Nigéria, China, Índia, Rússia, Turquia e Paquistão. O título do trabalho original era “Steve Jobs Lives in Pakistan: Extraordinary Entrepreneurs, Unlikely Places or The Next Silicon Valley” – Steve Jobs Mora no Paquistão: Empresários extraordinárias, lugares improváveis ou o próximo Vale do Silício. A autora? Elmira Bayrasli.
Bayrasli reuniu um elenco de personagens para ilustrar seu tema. Apesar de alguns obstáculos consideráveis, o empreendedorismo está decolando em alguns dos lugares mais improváveis do mundo. Como é o caso de Bulent Celebi, um empreendedor de internet turco, que descobriu como criar uma cultura empresarial de alto desempenho em um país não conhecido por isso. Ou Shaffi Mather, cuja revolta com a corrupção nos serviços públicos em Mumbai levou-o a construir um negócio de ambulância para fins lucrativos que oferece serviços gratuitos para os pobres através da cobranças extras dos clientes ricos (um modelo de comércio mais justo que pode funcionar bem nos países desenvolvidos cada vez mais desiguais hoje). E Yana Yakovleva, cujos requisitos para o trabalho incluiu a luta pelo estado de direito, como ela construiu seu negócio na Rússia de Vladimir Putin.
Impedimentos para a Inovação:
Há alguns obstáculos recorrentes que enfrentam os empresários dos países em desenvolvimento, observa Bayrasli: a falta de mão de obra qualificada e de gestão, infra-estrutura deficiente, a falta de espaço colaborativo, monopólios, corrupção, estado de direito fraco, e a resistência do “status quo”. Mas sua mensagem é que, em diferentes graus, mas sem parar, esses obstáculos estão sendo superados.
O Empreendedorismo é um evento global, e de muitas maneiras o processo da globalização está fazendo isso acontecer: ao nível das ideias, fazendo surgir ícones globais nos maiores empresários do Vale do Silício; e praticamente, fazendo surgir empresários em lugares distantes e promovendo o acesso a mercados muito maiores além de suas fronteiras nacionais. Há também um número crescente de empresários que aprenderam seu ofício no Vale do Silício e agora estão retornando para casa para tentar a sua sorte lá.
Um empresário chinês, mencionado no livro, fornece o suporte mais forte para a sua tese, especialmente porque o negócio chinês seguiu em frente, desde que Bayrasli terminou de escrever. Se você ainda não ouviu falar de Lei Jun, e sua empresa de telefonia móvel, Xiaomi, você vai logo se ligar, pois já tem gente olhando firme. Apple e Samsung estão dando rumos influenciados por esse novo concorrente, especialmente nos mercados em expansão do mundo em desenvolvimento.
Quanto a qual dos países visitados, Bayrasli, quando questionada sobre quem está prestes a emergir rapidamente como uma potência empresarial, ela opta por México, como parece estar fazendo o maior progresso em toda a linha na luta contra os obstáculos para o sucesso.
Isso significa que o Vale do Silício está perdendo poder global? Não necessariamente, Bayrasli justamente salientou. A concorrência pode elevar o nível do jogo, e que poderia ser uma soma positiva em vez de um jogo de soma zero, sendo todos vencedores. Por outro lado, ela adverte:
“…há uma tendência no Vale do Silício para se concentrar apenas em resolver os problemas dos ricos, enquanto empresários no resto do mundo tendem a se concentrar mais sobre os problemas das pessoas comuns. E talvez seja esse segundo tipo de inovação que vai provar a melhor aposta a longo prazo.”
O livro termina com uma previsão ousada: “O próximo grande inovador – o próximo Steve Jobs – não será do Vale do Silício, mas virá do México, Nigéria, Paquistão, ou mesmo a Turquia. De fato, o próximo Steve Jobs vive em um. desses lugares hoje. Bem, isso nós veremos. No Vale do Silício ainda tem muito talento e muita grandes ideias surgindo. Mas se você estiver em Sand Hill ou em algum dos bares de nerds e geeks situados no entorno do Vale do Silício, é hora de considerar essa possibilidade a sério.
Mais uma frase sobre o Vale do Silício:
“Você não precisa ser um gênio ou visionário — nem mesmo graduado em uma faculdade sobre qualquer assunto — para ser bem-sucedido. Você precisa apenas de estrutura e um sonho” – Michael Dell, CEO da Dell.
Você conhece alguma iniciativa que se compare ao Vale do Silício?
O que pode promover essa cultura de inovação?
Você já teve um “insight” de alguma coisa que pudesse mudar a vida das pessoas? O que?
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