25 de Abril de 2021, fez 2 anos exatamente do lançamento de Vingadores Ultimato, talvez o maior evento cinematográfico daquela década. Daquela…. Já estamos na década de 20 do século XXI, já pararam para pensar nisso? Que doideira. Eu estava lá naquela noite, 2 anos atrás: Filas e filas para a pré-estreia, salas lotadas de espectadores, amigos se reunindo para ver o filme, brincadeiras e risos, ansiedade, uma ou outra olhada para moça que olhava de volta. Parece até outro mundo.
Não me estenderei explicando o porquê de ser o evento cinematográfico mais importante, não é por isso que escrevo, vejam as avaliações aqui https://www.rottentomatoes.com/m/avengers_endgame , mas nesta ficção o vilão Thanos reúne as Joias do Infinito, a essência de todo o cosmos e, imbuído de seus poderes, ele estala os dedos e metade de toda a vida no universo some como se nunca tivesse existido evento apelidado como O Blip. Os Heróis, como todos os bons heróis, tentam reverter o processo, mas desta vez em vão. O vilão destrói as próprias Joias, chocando os protagonistas e a nós que assistíamos o filme, ninguém respirava naquela sala.
Em 20 mim de filme e 5 anos depois para o enredo, somos colocados em uma sala com cadeiras e uma roda com poucas pessoas, dentre elas o Diretor do filme fazendo uma ponta, o escritor de quadrinhos que criou Thanos e um dos nossos heróis, Steve Rogers mediando a conversa, uma reunião de autoajuda em grupo. Eu reassisti ao filme todo, mas esta cena me tocou de outra forma, diferente da forma como havia tocado naquele primeiro dia no cinema.
Os personagens que ali estavam conversavam sobre suas vidas após O Blip, quem permaneceu “existindo” passou estes 5 anos seguintes tentando reconstruir suas vidas, seguir em frente, após o trauma de ter perdido entes queridos neste processo digno de histórias em quadrinhos. O personagem que o Diretor do filme interpreta narra que, num encontro romântico que teve, seu par chorou pelo durante o jantar e que ele, por sua vez, chorou na sobremesa. Entre os respectivos prantos conversaram sobre “A ladainha de sempre: que está tudo diferente, meu trabalho, o dele(…)”.
Dia 25 de abril de 2021 a pandemia do Cornona Vírus (Covid-19) chegou a marca de146 091 986 casos confirmados e mais de 3 milhões de mortes em todo o mundo segundo o levantamento diário realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Infelizmente este é a maior crise sanitária e hospitalar desta década, possivelmente de todos os tempos porque contemporânea e ainda não superada.
Diferente da situação do filme, esta pandemia não levou metade da vida do universo consigo, contudo não se enganem, a Covid é pior porque não se trata de uma ficção. Pessoas perderam a vida e outras milhões estão sob esta ameaça enquanto escrevo. Enquanto isso, aqueles entre nós que estão sadios tentam seguir como podem com suas vidas. Quase tudo, ou que é possível assim ser, é on-line, trabalho, negócios até as rodas de conversa. Nelas a ladainha de sempre: que está tudo diferente, meu trabalho, o dele… Sinto saudades daquele mundo de 25 de Abril de 2019. Cuidem-se.