Recentemente o governo acaba de anunciar que as primeiras doses da vacina contra a COVID-19 acontecerão em alguns estados, priorizando os profissionais da saúde, idosos e grupos de risco. Segundo as informações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) as vacinas entram agora na fase 4, onde será observada sua efetividade na vacinação em massa. Em todas as três fases clínicas anteriores, no entanto, existem seguranças protocolares garantidas. Na prática, isso significa que, as primeiras pessoas que receberão a primeira dose da vacina não estarão imunes à doença, mas o uso de máscara, álcool e o distanciamento social continuam a ser uma das medidas mais eficazes de se evitar a propagação do vírus.
O que poucas pessoas sabem a respeito da vacina é que elas servem para treinar o sistema imunológico na resposta a um invasor que pode causar doenças. Quando o organismo humano recebe uma vacina, o corpo dá início a um processo de geração de memória imunológica, que vai proteger o vacinado contra futuros ataques. É por isso que aqueles que receberem a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não estarão imunes à doença.
No Brasil, as duas vacinas aprovadas para uso emergencial — Coronavac e Oxford/AstraZeneca — precisam ser tomadas em duas doses para garantir sua eficácia máxima. Segundo o imunologista Edson Teixeira, do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC), após tomada a segunda dose da vacina, deve-se aguardar 14 dias em média para ser considerada uma pessoa ”imune”. Isso porque o sistema imunológico precisa de um tempo para organizar a resposta e produzir células de memória que são efetivamente o que vai proteger o indivíduo.
Ainda assim, essas pessoas que tomarão essa primeira dose da vacina deverão passar por um processo de observação, justamente pelo fato de que os efeitos não acontecerão de imediato. Ressalta-se, novamente, o uso de máscaras e evitar aglomerações. De acordo com os principais médicos e profissionais do assunto, a imunização em massa, ainda que parcialmente, será necessária para dar início ao processo de produção de anticorpos.
Segundo o imunologista Edson Teixeira, quando se vacinam grandes quantidades de pessoas, com diferentes genéticas, comportamentos e história de imunização, eventos raros podem acontecer. Porém, a proteção oferecida pelo imunizante é “infinitamente maior do que a possibilidade do aparecimento desses casos raríssimos”.