De Jequiti à Dior, muitas marcas associam sua imagem à de artistas famosos para promover os seus produtos. A aliança funciona bem para os dois lados uma vez que o artista recebe por esse endosso e a marca passa a atingir uma nova massa de público. Esses acordos variam em seu formato e basicamente são apresentados em duas formas.
Na primeira e mais simples, o artista empresta sua imagem para que um produto seja vendido com uma breve reformulação da marca, como é caso Monange-Xuxa, por exemplo. Na segunda, a personalidade contratada tem determinado controle artístico sobre o novo produto ou serviço lançado e opina no P&D (pesquisa e desenvolvimento), como foi no caso Bandaid-Alexandre Herchcovitch.
Quando o artista fecha o contrato só pelo dinheiro, ele assina o contrato, faz a sessão de fotos, comparece a alguns eventos promocionais e espera o dinheiro cair na conta. No entanto, quando a proposta artística é mais importante que o resultado comercial, o artista se mantém perto da marca desde a concepção do produto até a sua entrega nos pontos de venda.
O rapper Kanye West, iniciou uma parceria com a Nike para desenvolver artigos de moda, sob a orientação do Diretor de Criação Mark Smith, que lançou o Nike Aire Yeezy como edições limitadas em 2009, 2012 e 2014, ao preço inicial de cerca de USD 250 – mas que era vendido por 4.000 dólares no eBay.
Iniciada em 2007, a parceria terminou de maneira desastrosa por conta de alegações por parte cantor de a marca não ter liberdade de criação e controle sobre as vendas. Do outro lado, sabe-se que não deve ter sido fácil para a Nike administrar o Ego e as ambições do Mr. West sem que isso entrasse em conflito com os planos da empresa.
Agora, o rapper está empolgado com seu novo lançamento: Yeezy 750 Boost. Inspirado nos calçados criados pelo designer belga Martin Margiela, o novo tênis criado pelo artista tem cano longo, solo branco e um tecido que imita a camurça cinza.
Kanye já apareceu com o tênis no Grammy deste ano quando “ameaçou” tomar o microfone do Beck. A plateia estrelar entrou em parafuso quando viram que a cena do ano anterior – que o rapper tirou o mic da mão de Taylor Swift para protestar – estava prestes a se repetir:
Depois do incidente, que parecia apenas uma pegadinha do artista, ele deu uma entrevista ao canal de entretenimento E! explicando qual era a sua intenção: não desrespeitar o artista que foi premiado, mas mostrar para a banca julgadora do Grammy que eles precisam “respeitar as belas artes” – respect artistry.
O tênis foi oficialmente lançado no último New York Fashion Week juntamente com a nova coleção Adidas e atualmente estão disponíveis nos Estados Unidos e na Europa. O gerente geral da Adidas, Arthur Hoeld reconhece Kanye como um ícone cultural ímpar e acredita que sua imagem trás uma nova expressão ao design de calçados da marca.
No Brasil, a única opção é comprar Yeezy Boost pelo eBay pelo valor de USD 6.5000 ou esperar que a edição limitada chegue as nossas lojas, mesmo que a marca não tenha anunciado nenhum plano de trazer o produto para o mercado latino americano. No entanto, se você mora nos EUA e tem tempo para vasculhar as lojas, pode ser que ainda encontre o calçado a USD 350.
Os tênis desta coleção já estão esgotados desde a semana do lançamento, mas você pode ficar ligado aqui para novas oportunidades de compra: http://www.adidas.com/us/kanye
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