A música brasileira carece de inovação, talvez por falta de criatividade por dos artistas, possivelmente pelo baixo retorno financeiro que torna mais arriscada a continuidade de projeto que fujam do padrão. Yuri Moraes, um artista nato, não é vulnerável a essas armadilhas e, por isso, se aventura em criações cada vez mais impressionantes.
É muito maluco esse sentimento de estar completando uma das minhas metas da vida hoje. Esse disco vai muito além de tudo que eu achei que ia conseguir fazer com a estrutura que a gente tem e com as limitações que eu achava que tinha. Mas a gente fez e eu to orgulhoso pra caramba. – Yuri Moraes
1. Quando você começou a se interessar por música, quais instrumentos aprendeu e em que momento você resolveu elaborar suas próprias criações?
Eu trabalho com música desde muito novo, comecei a tocar bateria e montar bandas com 13 anos e sempre tive uma cabeça muito musical. É com certeza minha maior paixão e drive no mundo. Comecei fazendo minhas primeiras músicas quando era muito novo mesmo, com uns 13, 14 anos.
2. Para a concepção do estilo da banda, quais são suas maiores influências e inspirações?
É dificil dizer, eu tento colocar um pouco de tudo que amo dentro da yu. É a soma de tudo que eu amo musicalmente visualmente de verdade. Acho que pra separar algumas que acho importantes: Kanye West, Daft Punk, Lounge Lizards e Stravinsky.
3. No seu álbum mais recente, você está contando uma história com o conjunto da sua obra ou as faixas são todas independentes?
Pra mim o disco é uma coisa só, mas ao mesmo tempo eu sinto que é mais sensorial que racional. Não quero explicar exatamente o que é, mas eu sinto que é uma coisa só.
4. Em que medida criar videoclipes aumenta o alcance da sua música e quais foram os maiores desafios na produção dos vídeos que você colocou no youtube?
Não sei dizer exatamente. Eu fiz os clipes por que foram visões que vieram pra mim e eu queria colocar no mundo. Não tenho noção de qual vai ser a resposta a partir daí. É difícil colocar uma visão complexa quando você está começando, mas felizmente tenho uma experiência boa na área e isso me permitiu ter acesso a profissionais incríveis, que acreditaram na visão que eu tinha.
5. Como você define a estética das peças que criam representação cinematográfica das músicas recentemente publicadas e quem são os artistas que colocaram sua visão em prática?
Eu não acho que cabe a mim definir a estética, ela é o que é. Eu não gosto muito de dar definições para as coisas. Tive uma grande equipe trabalhando nos clipes e na confecção dos objetos, o Ric Arts confeccionou a minha máscara por exemplo, que tinha um design original da Isabela Padovani. Criei o design do capacete do Dan com o Diego Ortiz e ele deu vida com impressão 3D e outros artifícios. Eu fiz a direção de arte geral, mas contar com esses artistas fortaleceu muito o todo.
6. Nos últimos 50 anos a produção musical foi facilitada pela tecnologia, quais são os benefícios e malefícios que essa permissividade trouxe ao mercado fonográfico e aos artistas independentes?
Eu não sei dizer muito sobre mercado fonográfico, mas sinto que seria impossível eu fazer um disco como esse que está pra sair uns… 7 anos atrás? Não teria como. Eu sinto que tudo culminou tecnologicamente pra que eu conseguisse tirar essas ideias da cabeça nesse momento especifico que vivemos.
7. Qual será o meio mais importante para a divulgação da sua música? Existe possibilidade de apresentações ao vivo suas?
Vamos ver. Por enquanto o plano é lançar o disco e os visuais. Depois disso vamos entender como vamos funcionar ao vivo ainda. São músicas complexas de executar.
8. Com quais artistas você gostaria de fazer criações conjuntas e a quais lugares você gostaria te levar o seu show?
Tem muitos artistas que quero e vou fazer parcerias no futuro. Eventualmente vamos ser a a maior banda do mundo. A mais pesada e mais bonita.
9. Que orientação você daria a músicos que têm ideias de música, mas ainda não tiveram coragem de produzir suas peças sonoras?
Eu acho que você tem que visualizar um caminho possível de fazer o que você realmente quer fazer sem medo. Você pode errar até chegar lá, não tem problema.
10. O que podemos esperar da Band Yu nos próximos 10 anos?
Uma coleção de peças indispensáveis.
É o disco que eu sempre quis ouvir e modéstia a parte sinto que ninguém tá fazendo o que a gente faz do jeito que a gente faz. É um sentimento muito maneiro de colocar HYENA no mundo. Muito obrigado novamente a todo mundo que participou do processo desse disco de alguma maneira, inúmeros músicos e artistas visuais talentosíssimos. – Yuri Moraes